Vagner Cunha e Ney Fialkow lançam coleção de prelúdios para piano

Álbum traz o gaúcho Ney Fialkow interpretando 12 temas ao piano

Está disponível em todas as plataformas de streaming musical o álbum Prelúdios para Piano Livro II, com 12 composições de Vagner Cunha executadas ao piano por Ney Fialkow. O trabalho foi gravado ao vivo no dia 26 de fevereiro passado, com Ney tocando um piano Fazioli. O registro foi feito pelo engenheiro de som Leo Bracht na sede da Bell’Anima, no Recanto Maestro (localizado a 30 km de Santa Maria/RS).

A proximidade entre Vagner Cunha e Ney Fialkow é antiga. “Conheci Ney quando tinha 15 anos. Minha família estava em Boston, porque meu pai [compositor e regente Antonio Borges-Cunha] estava fazendo pós-graduação na cidade. E Ney me presentou com o primeiro CD da minha vida, um álbum com concertos de Mozart que tenho até hoje. Anos depois, foi meu professor de Forma e Análise na Faculdade de Música da UFRGS. Um estudo que ele fez em aula sobre os prelúdios de Shostakovich foi decisivo para minha opção pela composição“, lembra Vagner.

Essa não é a primeira vez que o compositor e o pianista trabalham juntos. Foi Ney quem estreou, em 2001, o Concerto para Piano, de Vagner, no Anfiteatro Pe. Werner, em São Leopoldo, com a orquestra Unisinos sendo regida por Roberto Duarte. Junto com Cristina Capparelli, Ney também tocou piano primeiro CD de Cunha, Mahavidyas, lançado em 2008.

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Nas conversas que tivemos durante a gravação de Mahavidyas, Ney um dia pegou um guardanapo de papel e escreveu uma promessa: ‘Declaro que estou disponível para tocar e gravar qualquer trabalho de Vagner Cunha para o resto da minha vida sem custo’. Claro que cobrei a promessa. Enviei a ele um áudio de um dos prelúdios, e ele concordou em encarar o desafio de interpretar. Tinha de ser ele. Ney é um instrumentista que não se dedica apenas a resolver as passagens de execução mais difícil − ele pensa também na composição como um todo”, conta Vagner.

Como o título do novo trabalho já antecipa, o álbum sucede Prelúdios para Piano Livro I, de 2018, com André Carrara ao piano. A criação de prelúdios tem um papel importante no processo criativo de Vagner: “Encaro de duas formas. Uma é exercitar a composição no que eu chamo de ‘pequenas formas’, ou seja, que não sejam concertos ou óperas, formatos mais próximos de mim nos últimos anos. A outra é que os prelúdios me permitem estudar, exercitar, testar. É como um laboratório. Partes de prelúdios podem entrar num concerto, trechos de um concerto podem gerar um prelúdio“, reflete.



A versão em CD físico de Prelúdios para Piano Livro II será lançada no segundo semestre de 2023. O selo Bell’Anima também promete até o final do ano comercializar 50 objetos de arte em que cada CD será acompanhado de duas gravuras criadas especialmente pela artista visual Teresa Poester, que também assina a capa do álbum recém-lançado. As gravuras de Teresa dialogam com as composições, potencializando as ideias propostas por Vagner.

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Mais sobre os artistas
Vagner Cunha transita como compositor, violinista, arranjador e produtor por diversos gêneros e sonoridades. Suas composições têm sido estreadas por diversas orquestras e grupos de câmara brasileiros, com destaque para o Concerto para Violino Nº1Concerto para ViolaConcerto para Violão de 7 CordasConcerto para Piano e Orquestra SinfônicaBallet Mahavidyas e Aleph. Sua obra autoral está nos discos Mahavidyas (2008), Além (2012), Variações São Petersburgo (2016), Vagner Cunha convida Guinga (2017), Los Orientales (2017), Yamandu Costa interpreta Concerto para Violão de 7 Cordas e Orquestra (2018), além de dois discos dedicados a poemas de Antonio Meneghetti, interpretados pela Camerata Ontoarte e Carla Maffioletti (2015 e 2017). Recebeu sete vezes o Prêmio Açorianos e, em 2011, o Prêmio FUNARTE de composição. Atualmente, é diretor musical da Camerata Ontoarte Recanto Maestro. Em 2018, estreou O Quatrilho, sua primeira ópera, baseada em texto homônimo de José Clemente Pozenato. O espetáculo A Paixão de Dante, coleção de récitas criadas por Vagner para orquestra e coro em homenagem aos 700 anos de morte de Dante Alighieri, estreou em agosto de 2021 no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Ainda em 2018, foi indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor Arranjo, por Campos Neutrais, de Vitor Ramil. 

Premiado em diversos concursos nacionais e no exterior, o pianista Ney Fialkow é hoje um dos destacados músicos do cenário nacional. Tem conciliado a movimentada carreira de solista e camerista com a atividade de professor titular do Departamento de Música do Instituto de Artes UFRGS, em Porto Alegre. Suas aparições têm cativado plateias de diversas salas de concerto no Brasil e no exterior e suas masterclasses têm sido apreciadas por jovens pianistas de diversos países. Em 2016, fez sua estreia em Paris, na Sala Cortot em duo pianístico com Guigla Katsarava. Lançou os álbuns Metamorfora e Fantasy nos EUA em parceria com o baixista Marcos Machado pelo selo Blue Griffin, e a obra completa de Claudio Santoro para violoncelo e piano com Hugo Pilger, álbum indicado ao Grammy Latino de 2021. Ao lado do violinista Cármelo de los Santos gravou o premiado CD Sonatas Brasileiras. Realizou diversos concertos no Brasil e no exterior como membro integrante do Trio Porto Alegre, ao lado do violinista Cármelo de los Santos e do violoncelista Hugo Pilger. Ao lado da mezzo-soprano Angela Diel tem se apresentado nas principais salas de concerto do Brasil divulgando especialmente o repertório das canções alemãs. Atuou como solista de orquestra sob a regência de diversos maestros, entre eles, Camargo Guarnieri, Isaac Karabtchevsky, Roberto Tibiriçá. Roberto Duarte, Miguel Graça Moura, Delta David Gier, Fredi Gerling, Evandro Matté, Antonio Borges-Cunha e outros. Realizou a estreia de obras de Vagner Cunha, Antonio Borges-Cunha e Marcos Lucas, entre outros.

Assessoria de Imprensa:
Jéssica Barcellos Comunicação

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Foto:
Gilberto Perin

Arte da Capa:
Teresa Poester

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