Rezalenha – Bar Opinião – 20/10/2019

Formada em Porto Alegre, no ano de 2017, por quatro diferentes almas irmãs: Rafael Sampaio (voz), Bruno Farinon (baixo e voz), Brunno Biassusi (guitarra e voz) e Diogo Tavares (bateria), a banda equilibra a azia social com o calmo sonho de paz de todo o Brasileiro que, já sem pernas, precisa aprender a voar.

Até o momento, lançou três registros.

Em O Mago e o Lobo (2017), explora o orquestramento da desgraça pública que é tradição milenar e a conjunta ação entre os tantos magos e lobos — mensageiros e líderes, milícias e presidentes. A capa traz um tom fantasioso e artístico com uma obra de Felipe Navarro. No entanto, simboliza algo cru e real que impera e se perpetua com mística inquebrável.

Arquitetos (2018) mostra que nem só de sangue se pinta a favela. Nem só de crime é feito o favelado. A arte brota e ressoa nas cores infinitas de quem sobrevive ao espetáculo sádico dos verdadeiros criminosos. Gente que canta, sua, samba e constrói os sonhos dos outros, enquanto os seus próprios precisam aguardar. Na arte de JotaPê o som que vem de baixo é transformado em arte. Os arquitetos da música se denotam nas paredes e no olhar dos verdadeiros donos do país.

Já Brasis (2019) trabalha a ruptura e a fragmentação aparentemente derradeiras da pátria. Levanta questões de existência, essência e posse; denuncia a podridão da supremacia racial e de classe. Os tantos Brasis que guerreiam, os tantos povos que reivindicam posse da nação. E os poucos que realmente sangram e sofrem na prensa do poder, do fanatismo, e da pólvora. A arte de Leandro Cholant retrata a inescrupulosa — e milenar — ironia do estrangeiro que se faz dono de um território não seu, massacrando, escravizando, pulverizando, dominado e destruindo.

A banda se apresentou no último dia 20/10 no Bar Opinião.

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Foto: Alex Vitola / @alexvitola

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Sobre Alex Vitola

Há alguns anos atrás jamais imaginei trabalhar com fotografia ou jornalismo. São mais de 20 anos na área de TI, em diversos provedores de Hospedagens como Administrador de Sistemas, Analista de Suporte e Consultor Técnico. Por questões particulares resolvi "dar um tempo", tirar umas férias de tudo. Neste meio tempo, comecei a fotografar e fazer a cobertura de shows e eventos culturais, apenas como um Hobby, não queria viver disso, não queria uma nova profissão. Com o passar do tempo a coisa foi ficando séria até que e em novembro de 2020 com apoio da Secretaria da Cultura do RS e da Feevale, lancei o projeto “PALCO-RS, uma Exposição Virtual dos principais shows nos palcos de Porto Alegre”. Veio a pandemia, e sem eventos presenciais entrei pra Faculdade de Jornalismo e paralelo a isso continuei estudando edição de imagens, produção cultural, marketing digital, gestão de tráfego e obviamente nunca deixando os estudos da área de TI de lado. Em 2023 fui finalista do Prêmio Profissionais da Música 7ª Edição na categoria "Convergência" "Canais Digitais de Divulgação da Música". Atualmente trabalho com Gestão de Tráfego Pago além de fazer a co-produção do Podcast Entrevista de Atitude.