Chamamé é tocado pela primeira vez na Library of Congress, em Washington

Créditos da Foto: Tom Peach The Tommay Group

Acordeonista Alejandro Brittes, leva o chamamé – patrimônio imaterial da humanidade – em turnê pelos Estados Unidos. O livro A Origem do Chamamé, de Brittes e Rossi, e o recém lançado álbum (L)ESTE passam a fazer parte do catálogo da Biblioteca do Congresso – uma das maiores bibliotecas do mundo

Em turnê pelos Estados Unidos,  Alejandro Brittes acompanhado de André Ely (violão de sete cordas), Charlise Bandeira (flauta e percussão) e Carlos Eduardo de Cesaro (Contrabaixo), acabam de realizar um concerto na Library of Congress, em Washington, DC no Theatro Thomas Jefferson Building – Coolidge Auditorium. É a primeira vez que o gênero é apresentado no local. Além do concerto, o acordeonista argentino radicado no Rio Grande do Sul realizou uma entrevista mediada pelo Sr. Douglas D. Peach, especialista em Tradições Vivas no American Folklife Center da Biblioteca do Congresso.

A entrevista abordou temas relevantes da sua carreira e sobre a história do Chamamé que hoje é patrimônio Imaterial da Humanidade. No oportuno momento, foi doado para o catálogo da instituição um exemplar do livro: A Origem do Chamamé – Uma História para ser contada (escrito por Brittes e pela historiadora gaúcha Magali de Rossi) e o álbum (L)ESTE. Após a entrevista, ocorreu o concerto, que foi gravado e será exibido juntamente com a entrevista na página oficial da Library Of Congress, em outubro de 2023.

Segundo Sr. Peach “Foi um evento muito especial e importante para nós no Centro Americano de Tradição Popular”.

“O evento permitiu que o nosso folclore e cultura, em especial o Chamamé esteja em um dos maiores bancos de dados do mundo e possa servir de pesquisa sobre a nossa história”, comenta Brittes.

A Biblioteca do Congresso é uma biblioteca de pesquisa em Washington, que serve como um serviço de pesquisa do Congresso dos Estados Unidos e como biblioteca nacional de fato dos Estados Unidos. Fundada em 1800, a biblioteca é a instituição cultural federal mais antiga dos Estados Unidos. A Biblioteca está instalada em três edifícios junto ao Capitólio e é uma das maiores bibliotecas do mundo.  Seu acervo contém aproximadamente 173 milhões de itens e conta com mais de 3.000 funcionários. Suas “coleções são universais, não limitadas por assunto, formato ou fronteira nacional, e incluem materiais de pesquisa de todas as partes do mundo e em mais de 470 idiomas

A turnê estadunidense de Brittes possui apoio do programa Iber Exchange de Ibermúsicas e Mid Atlantic Arts Foundation com aportes para confecção dos vistos e parte dos cachês no país. O apoio concedido foi possível devido a convocatória intergovernamental realizada em 2022 em que o artista foi um dos três selecionados para levar a música ibero-americana para os EUA. A turnê está sendo realizada pela Home Team Mgmt e Ochos Bajos Music, através José A. Curbelo que além de manager é Doutor em Memória Social e Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pela produtora Magali de Rossi Produções.

APRESENTAÇÃO DO ÁLBUM (L)ESTE
Nos meses de novembro e dezembro, Brittes realizará mais dois concertos no Rio Grande do Sul. No dia 11/11, em São Borja (RS); e no dia 3/ 12 em frente as Ruínas de São Miguel, em São Miguel das Missões (RS).

(L)ESTE é um concerto de Chamamé, em que o ritmo dialoga com sua matriz ancestral, com sua origem primária, do resultado do encontro gerado nos 30 povos missioneiros entre a musicalidade e ritualidade dos Guaranis com a música Barroca ensinada pelo Padres Jesuítas, paradigma cultural que com o tempo, e sob força da memória coletiva, deram as condições iniciais para a criação do ritmo Chamamé.

O espetáculo contém repertório autoral de Brittes, com arranjos e readaptação para orquestra de Câmara Barroca, assinados por Fernando Cordella. Também conta com duas sonatas barrocas compostas pelo Padre Jesuíta Domenico Zipolli (1688 -1726)

O projeto (L)ESTE é viabilizado pela Lei Rouanet – Ministério da Cultura com o patrocínio das empresas Arroz Prato Fino – Pirahy alimentos, Redemaq e Roda Pneus. A realização e produção é de Magali de Rossi produções e Eduardo Bicca – Soluções Culturais.

Assista o concerto (L)ESTE:

Escute o Álbum:

Veja os clipes:

ALEJANDRO BRITTES
Acordeonista, compositor, pesquisador e interprete de música do litoral Argentino com nove discos gravados. Estudou música acadêmica na Escola Juan Pedro Esnaola, possui 30 anos de difusão do Chamamé pelo mundo apresentando-se em vários países como: Estados Unidos, Canadá, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Portugal, Espanha, França, Itália, Áustria, Alemanha e República Tcheca.
Venceu como melhor instrumentista o festival de Cosquin em 1996 com uma música autoral. Ganhou o prêmio Revelação da música Ramallo Porá e o prêmio Carlos Keen como melhor instrumentista e grupo musical e no mesmo ano, em 1996, venceu o Festival Nacional del Chamamé de Federal, Entre Ríos (AR) e o prêmio Açorianos de música 2022 com o álbum (L)ESTE na categoria de melhor arranjo.

Pesquisa as origens musicais do ritmo Chamamé, preocupando-se com a identidade do gênero, devido a isso, em 2021 publica o Livro bilíngue: “A origem do Chamamé” junto com a historiadora e produtora cultural Magali de Rossi sendo este um dos mais vendidos na Amazon Brasil na categoria artes daquele ano.

Realizou turnês com artistas como: Chango Spasiuk, Raúl Barboza, Os Fagundes, Elton Saldanha e Shows com nomes brasileiros como Luiza Possi. Como solista, tocou com a Orquestra Sinfônica de Mato Grosso do Sul e Orquestra de Câmara Versatellis.

Gravou com nomes argentinos como o grupo de rock “Los Piojos” nos álbuns “Tercer Arco” e “Azul” nas músicas “Todo Pasa”, “Don’t say tomorrow”, “Vals inicial” e “Y qué más” e com Luiza Calcumil, Raúl Barboza, Antonio Ríos, dentro outros.

Em 2023, tornou-se o primeiro acordeonista chamamecero a tocar na Library of Congress, Edifício Thomas Jefferson – Auditório Coolidge em na capital dos EUA, Washington D.C e palestrar sobre o Chamamé em universidades de excelência em pesquisas musicológicas como Georgetown University em Washington, D.C. e George Mason University em Fairfax, VA.

Conceituado pelo Norte Americano Mark Brill, PHD em música da Universidade do Texas – EUA, no livro “Music of Latin America and the Caribbean”, como um dos três principais acordeonistas do gênero

(L)ESTE: CHAMAMÉ E MÚSICA BARROCA
LESTE é um crossover entre o ritmo Chamamé e a música barroca – projeto inédito, o primeiro gravado neste estilo, em que o Chamamé dialoga com sua origem erudita.   Composto por oito faixas, o álbum foi gravado ao vivo na Igreja La Salle em Canoas (RS), e busca representar a estética sonora de uma igreja missioneira.  Toda a ambiência possui o propósito de conectar a uma caverna onde o homem primitivo começou a fazer música.

A orquestração é composta por uma orquestra de câmara barroca, com instrumentos de época como cravo, oboé, viola da gamba, violoncelo, primeiro e segundo violino, além dos instrumentos musicais populares do Chamamé como violão de sete cordas, contrabaixo e acordeão e a incorporação de percussão.

Entre os músicos que participam do projeto, estão especialistas reconhecidos em seus naipes, como Diego Schuck Biasibetti, no violoncelo e viola da gamba; Javier Baldinder, no Oboé; e Giovani dos Santos Marcio Cecconello, nos violinos, além de Fernando Cordella, ao cravo.

A orquestração popular chamamecera fica a cargo de André Ely, no Violão de sete cordas; Carlos Eduardo de Césaro, no Contrabaixo; Ricardo Arenhaldt, com a percussão; e Alejandro Brittes, no acordeón.

Além das composições autorais de Brittes, o álbum conta com duas sonatas barrocas compostas no século 17 pelo Padre Jesuíta Domenico Zipoli, e a última faixa, “Rio acima”, criada pelo violonista André Ely. Nas músicas “Amanece”, “Gotas de verano” e “Vientos del Este”, Brittes compartilha a autoria com o acordeonista Odair Teixeira. Já “Caiboaté”, é compartilhada com André Ely, bem como o tema “El viento y las hojas”, que também tem autoria de Lucas da Rocha.

(L)ESTE foi premiado no Açorianos de música 2022 na categoria arranjos.

Assessoria de Imprensa:
Raphaela Donaduce – Dona Flor Comunicação

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Sobre Alex Vitola

Há alguns anos atrás jamais imaginei trabalhar com fotografia ou jornalismo. São mais de 20 anos na área de TI, em diversos provedores de Hospedagens como Administrador de Sistemas, Analista de Suporte e Consultor Técnico. Por questões particulares resolvi "dar um tempo", tirar umas férias de tudo. Neste meio tempo, comecei a fotografar e fazer a cobertura de shows e eventos culturais, apenas como um Hobby, não queria viver disso, não queria uma nova profissão. Com o passar do tempo a coisa foi ficando séria até que e em novembro de 2020 com apoio da Secretaria da Cultura do RS e da Feevale, lancei o projeto “PALCO-RS, uma Exposição Virtual dos principais shows nos palcos de Porto Alegre”. Veio a pandemia, e sem eventos presenciais entrei pra Faculdade de Jornalismo e paralelo a isso continuei estudando edição de imagens, produção cultural, marketing digital, gestão de tráfego e obviamente nunca deixando os estudos da área de TI de lado. Em 2023 fui finalista do Prêmio Profissionais da Música 7ª Edição na categoria "Convergência" "Canais Digitais de Divulgação da Música". Atualmente trabalho com Gestão de Tráfego Pago além de fazer a co-produção do Podcast Entrevista de Atitude.