Show de João Bosco e seu trio chega a Porto Alegre no dia 23 de setembro, no Salão de Atos da PUC

Revelação da MPB em 1972, em disco dividido com Antonio Carlos Jobim, o artista mineiro celebra cinco décadas no posto de grande compositor e violonista

Mineiro de Ponte Nova, o cantor, compositor e violonista João Bosco tem pré-história musical vivida em Ouro Preto (MG), cidade onde, enquanto cursava a faculdade de engenharia, teve o caminho cruzado com o de Vinicius de Moraes, de quem se tornou parceiro em músicas nunca lançadas em disco.

Em que pese a precoce parceria com o poeta e o fato de ter tocado na noite de Ouro Preto, o marco zero da trajetória musical de Bosco é, no entender do próprio artista, o lançamento do primeiro disco em 1972. Uma das revelações da música brasileira naquele ano de 1972, Bosco debutou no mercado fonográfico ao lado de Antonio Carlos Jobim, com quem dividiu o primeiro título da série Disco de bolso, iniciativa do jornal O Pasquim, semanário carioca de grande influência na cultura do Brasil na época.

O Disco de bolso era um single duplo de vinil que vinha encartado no jornal e que, no lado A, apresentava gravação inédita, primeiro registro fonográfico de Águas de março, de Jobim e no lado B lançava o novo artista. O single duplo O tom de Antonio Carlos Jobim e o tal de João Bosco  apresentou o artista mineiro com gravação de Agnus sei, composição com Aldir Blanc, com quem firmaria uma das mais belas parcerias da MPB nos anos 70. 

Tomando como ponto de partida a edição do Disco de bolso do  Pasquim, Bosco celebra 50 anos de carreira em 2022. Uma carreira marcada por grandes sucessos, como O bêbado e a equilibrista, Papel machê, Quando o amor acontece, Incompatibilidade de gênios, Memória da Pele, Kid cavaquinho, Desenho de giz, De frente pro crime, Corsário, Coisa feita, Jade, O mestre sala dos mares, Rancho da goiabada, entre tantos outros, lançados em discos seminais da história da MPB, como Caça a raposa, Gababirô, Comissão de frente, Trio de misericórdia, Acústico MTV e Linha de passe. Poucos artistas podem se orgulhar de tantos sucessos e tantos discos clássicos, um artista que une muita qualidade e grande sucesso popular. 

Seu filho e parceiro, o filósofo Francisco Bosco postou nas redes sociais um belíssimo texto sobre os 50 anos de carreira do pai, um resumo perfeito da carreira deste mestre:

Há 50 anos, um ‘tal de João Bosco’ era apresentado ao Brasil. Seu violão barroco, mineiro andaluz, encontrara o bardo do Rio profundo, de nome Aldir. E esse encontro mudaria a história da música brasileira.

A estreia, Agnus sei, com sua melodia misteriosa, de divisões surpreendentes, e sua letra profana e irônica, prefigurava as obras-primas por vir. O LP que se seguiu traz uma dupla ainda à procura da definição de seu estilo, embora já em alto nível.

Mas na obra seguinte, Caça à raposa, João e Aldir atingiram a perfeição: melodias contagiantes, sem serem vulgares; versos extraordinários, porém ao rés-do-chão. Crônica, crítica, humor, violência – o Brasil dos anos de chumbo estava ali cantado e decantado em forma máxima.

Daí em diante, a dupla sambou na cara da sociedade até que seus caminhos se descruzaram. Só, João tensionou por dentro a forma canção, implodindo-a, fazendo as palavras regressarem a seu estado primal de fonemas e o ritmo tomar conta de tudo. Tornou-se cabeça de nego, homem-música, gagabirou-se.

A partir daí, conviveriam em sua obra tanto a forma canção ‘redonda’ – letra e música em casamento fechado a vácuo – quanto o empuxo para a música ‘pura’, seja nos improvisos vocais, seja na expansão da forma canção, esgarçada por dentro por solos musicais.

É grande compositor (ao lado de diversos parceiros), grande violonista e grande cantor – ao mesmo tempo. Intuitivo e construtivo. Lírico e engenheiro. Foi gravado por renomados intérpretes – e só não foi mais porque sua música é tão pessoal que às vezes se revela irreprodutível. Muitas de suas canções se tornaram patrimônio cultural e individual dos brasileiros. Morou a vida inteira dentro da casca do seu violão, de onde mudou a música brasileira”. 

No show, João canta seus grandes clássicos, ao lado de seu incrível trio, formado por Ricardo Silveira (guitarra), e dos gaúchos Guto Wirtti (contrabaixo) e Kiko Freitas (bateria).

SERVIÇO:
O que: JOÃO BOSCO – 50 ANOS DE CARREIRA
Quando: DIA 23 DE SETEMBRO – SEXTA-FEIRA / 21 HORAS
Onde: SALÃO DE ATOS DA PUC (Av. Ipiranga, s/nº)

INGRESSOS:
Plateia Baixa = R$  280,00 (inteira) / R$ 140,00 (meia)
Plateia Alta = R$  230,00 (inteira) / R$ 115,00 (meia)
Mezanino = R$ 160,00 (inteira) / R$ 80,00 (meia)

Ingressos já à venda pelo site guicheweb.com.br e na PUC Store (prédio 15 puc, living 360 – fone: 51 3320-4860), de segunda à sexta-feira, das 09 às 18 horas. 

A bilheteria do Salão de Atos da PUC abre apenas no dia do show, a partir das 18:30 horas. 

REALIZAÇÃO:
Branco Produções

Assessoria de Imprensa Branco Produções:
Eduardo Elias – 51 98111-0301

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Sobre Alex Vitola

Há alguns anos atrás jamais imaginei trabalhar com fotografia ou jornalismo. São mais de 20 anos na área de TI, em diversos provedores de Hospedagens como Administrador de Sistemas, Analista de Suporte e Consultor Técnico. Por questões particulares resolvi "dar um tempo", tirar umas férias de tudo. Neste meio tempo, comecei a fotografar e fazer a cobertura de shows e eventos culturais, apenas como um Hobby, não queria viver disso, não queria uma nova profissão. Com o passar do tempo a coisa foi ficando séria até que e em novembro de 2020 com apoio da Secretaria da Cultura do RS e da Feevale, lancei o projeto “PALCO-RS, uma Exposição Virtual dos principais shows nos palcos de Porto Alegre”. Veio a pandemia, e sem eventos presenciais entrei pra Faculdade de Jornalismo e paralelo a isso continuei estudando edição de imagens, produção cultural, marketing digital, gestão de tráfego e obviamente nunca deixando os estudos da área de TI de lado. Em 2023 fui finalista do Prêmio Profissionais da Música 7ª Edição na categoria "Convergência" "Canais Digitais de Divulgação da Música". Atualmente trabalho com Gestão de Tráfego Pago além de fazer a co-produção do Podcast Entrevista de Atitude.