AKEEM Music
Akeem é um inventor de mundos. Seus cenários ignoram o impossível e te convidam a mexer com o corpo e com a imaginação. Aos nove anos ganha sua primeira guitarra de brinquedo e, de lá pra cá, o que era diversão se torna sério, mas nada sisudo o suficiente para tirar o bom humor de suas canções. Estuda música na capela do colégio, aprende seus primeiros acordes com um violonista de samba e, ainda na escola, forma sua primeira banda, a Tabascos. Mas não demora muito para ele compreender que seu caminho é solo, e que o apreço por imagens e tecnologia é um recurso importante para sua expressão musical.
Em 2015 Akeem é escolhido para entrar na programação do festival Canadian Music Week, evento que há quarenta anos apoia bandas independentes. A partir daí, novos convites surgem, em Porto Alegre, sua terra natal, mas também em Los Angeles, cidade em que realiza uma turnê de nove shows.
Em 2016 lança o single “Cyber Love”, com um lado B: “Lullabye of Samba And Goodbyes”, sátiras ao metaverso, tanto nas letras quanto na sonoridade, ao contrastarem ritmos, línguas e estéticas com tom de ironia. A música de Akeem não cabe em compartimentos, ela flui como um exercício de liberdade. “Eu faço o que eu acredito, eu sou assim, uma pessoa colorida. Por mais que eu tente ser simples, acabo entrando na pluralidade“, explica.
A primeira versão de “Cyber Love” surge em referência ao filme Her, dirigido por Spike Jonze. “A imagem costuma chegar primeiro, gosto de ‘ouvir’ a capa dos discos, por isso adoro lançar singles, pra ter a oportunidade de criar as capas“, conta o músico, cantor, compositor e publicitário apaixonado por Salvador Dali e Ítalo Calvino.
“Eu gosto de surrealismo e utilizo essa referência de diversas maneiras no meu trabalho“, conta. Para além das capas, clipes de faixas como “Extraordinary In The Ordinary” e “Jorge Bem, Presidên” ilustram o lado visual engendrado em sua musicalidade.
O primeiro disco, The Real Meaning Of Revolution Only Astronomers Know (2017), já carrega em sua essência uma construção de espaços oníricos. Quem assina a masterização é o músico norte-americano Darwin Smith, líder da banda Darwin Deez, e famoso por suas performances coreografadas. Akeem também gosta de dançar, e leva isso para os seus shows, que são um convite ao lado lúdico da vida: “Acho que algumas pessoas querem tocar comigo justamente para terem a oportunidade de dançar no palco“, brinca Akeem.
Agora reconhecido na cena musical de Porto Alegre, com o lançamento do primeiro álbum, o artista também integra a curadoria de festivais como Sofar Sounds, Morrostock e Meca Festival. Em 2019 muda-se para Los Angeles e estuda produção musical na Point Blank Music School. Akeem também aproveita a temporada norte-americana para retomar sua conexão com o mar, que ele traz desde a infância, ao trabalhar como professor em uma escola de surf e seguir com a prática do esporte, uma de suas inspirações. Ainda assim, o contato com a natureza e com a simplicidade não o distanciam de suas referências híbridas, que passeiam facilmente pelo vaporwave, rock clássico, indie rock, samba e chorinho.
Ficar longe do Brasil faz com que ele se sinta mais brasileiro, e a vontade de compor em português aparece nesse processo. Em seu retorno, lança o EP Rebite (2019), que também conta com as participações dos músicos Ricardo DeCarli e Gabriel Gottardo, em uma combinação de idiomas, sonoridades e imagens dissonantes.
“Far Away” traz um clipe gravado de forma caseira e com as colaborações de sua mãe, que é professora de dança, e de sua irmã Yentl, na fazenda experimental Lano-Alto, interior de São Paulo. “Jorge Ben, Presiden” também chega com um clipe que reitera a afeição de Akeem pelas infinitas perspectivas da linguagem digital.
Em seguida surgem canções como “Tudo que eu quero ouvir“(2020), uma parceria com o músico gaúcho Charles Master, “Eu Já Amei uma Ginasta“(2021), com Pedro Petracco, e “Supermercado” (2022), que traz os vocais de Duca Leindecker. Nesse período, convidados de diferentes gerações participam de composições mais orgânicas e, agora, em português.
Em fase de finalização, seu segundo disco, Easy Canciones, abre com o single “O Corre Acalma”, propondo uma conversa leve e brincante com o público. Entre as canções, está a terceira versão de “Cyber Love“, agora em sua língua nativa e, mais uma vez, ressignificada. A produção do álbum é assinada por Diogo Brochmann, da banda Dingo Bells e conta com convidados como Gabriela Lery, Charles Master e Carlinhos Carneiro.
Em 2022, Akeem é selecionado para tocar no South By Southwest, festival de cinema, música e tecnologia que acontece anualmente no Texas desde 1987. E esse é só o começo de uma bela cronologia, com uma paleta de tonalidades extensa, corajosa e festiva.
Texto:
Marília Feix
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Fotos:
Duda Schwengber
Rafael Bauer
Vini Angeli
Luara Baggi