
As aulas serão sediadas na Casa de Cultura Mario Quintana e as inscrições vão de 20 de janeiro a 27 de fevereiro. Jovem Produtor Audiovisual oferece 60% de suas vagas para cotas raciais e sociais
Consolidado como um dos cursos mais importantes para a cena audiovisual do RS, o Jovem Produtor Audiovisual, idealizado por Marcos Kligman com o suporte de diversos profissionais do Rio Grande do Sul, está de volta, agora sob a chancela da Lei Paulo Gustavo.
Em sua 4ª edição, oferece vagas gratuitas para quem quer aprender a linguagem do cinema e reserva 60% dessas vagas para cotas sociais e raciais, acolhendo alunos negros, indígenas, ciganos, pessoas trans e com menor poder aquisitivo. Os alunos com maior vulnerabilidade, receberão passagens de ônibus para irem as aulas. O curso abre inscrições em 20 de janeiro (até 27 de fevereiro) e as aulas se iniciam em março.
“O apoio da Lei Paulo Gustavo está sendo essencial para o perfil que queremos dar ao JPA. Trinta alunos receberão lanches, passagens de ônibus, terão transporte durante os SETs de filmagem, além das oficinas aos sábados com os grandes profissionais de cinema do estado. Além disso, a seleção dos alunos também será qualificada pela atuação de uma assistente social contratada exclusivamente para o projeto”, comemora Marcos Kligman.
Este projeto é realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022 – Lei Paulo Gustavo. A apresentação é do Ministério da Cultura e da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, com realização da Olho Mágico Filmes, gestão cultural e produção executiva da Imago Produtora. Financiamento do Pró-Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, da Lei Paulo Gustavo e do Ministério da Cultura.
Ao longo de cinco meses – março, abril, maio, junho, julho – os alunos terão a oportunidade de conhecer e se aprofundar no segmento do audiovisual no curso que aborda todas as etapas e atividades dentro da produção, desde os saberes teóricos sobre a história do cinema, escrita de roteiro, produção executiva, direção, direção de foto, engenharia sonora, planejamento, linguagem cinematográfica, além de aprendizados práticos, como utilização de equipamentos de filmagem, sonorização, iluminação, cabeamento, elétrica e normas de segurança, culminando com a realização de filmes em curta-metragem e a vivência de realização de uma mostra de cinema e a inscrição do produto audiovisual em festivais.
Além das aulas ministradas por diversos profissionais atuantes no mercado do cinema do sul do Brasil, os alunos participarão de palestras como “O Cinema Indígena no RS”, com Verá Mirim; “O cinema negro e periférico” com Jonatan Brum Tavares; “A utilização de recursos de acessibilidade universal para Pessoas Com Deficiência (PCD) no Cinema”, com Mimi Aragon, da OVNI Acessibilidade Universal; “A Montagem e edição de filmes” com a cineasta Tula Anagnostopoulos; e “Produção cultural e captação de recursos”, com Kauê Mallmann e Luana Khodja. E mais: oficinas que prometem conteúdo muito rico e completo, como a de Filmmmaker, com Leco Petersen; de Produção Executiva, com Flávia Matzenbacher; de Direção de Arte, com Pablo Lauria; Som Direto, com Cleverton Borges, de Direção de Produção com Sandro Dreher; e, por fim, de Direção de Fotografia, com Eduardo Rosa.
Após o período de aulas, os alunos divididos em grupos realizam as diárias de gravação dos quatro filmes de curta-metragem. A novidade desta edição é que a montagem e edição dos filmes será feita com apoio da montadora e palestrante no projeto Tula Anagnostopoulos. Por fim, os alunos participam de mostras dos filmes realizados, com estreia marcada para 30 de outubro de 2025, além da atividade de contrapartida, voltada para pessoas PCD.
O Jovem Produtor Audiovisual seleciona 30 novos alunos a cada edição, com o objetivo de fomentar a cadeia e a produção audiovisual lançando ao mercado esses jovens profissionais já capacitados para atuar na cadeia criativa do cinema. Outro ponto decisivo na escolha deste público é potencializar uma nova geração de produtores audiovisuais críticos, com realidades divergentes, com contextos sociais diversos, com lutas e pautas ainda muito invisibilizadas no audiovisual gaúcho, e que vem sendo produzido por um mesmo perfil há décadas, por pessoas brancas, das classes mais altas.
“Enquanto realizador audiovisual, percebi que o cinema é a atividade mais elitista entre as artes, com os cursos de cinema cobrando fortunas, o que despeja no mercado de trabalho apenas pessoas com alto poder aquisitivo” afirma Marcos Kligman. Porém, como sabemos, a capital dos gaúchos é um polo produtor de comerciais e filmes. Muita gente trabalha com audiovisual, mas essa desigualdade na formação acaba gerando diretores (de cena, de foto e de arte, cargos de chefia) oriundos das classes mais altas. Por outro lado, os cargos técnicos e mais baixos, advém das classes mais baixas. “O trabalho para a mudança dessa situação começou em junho de 2023, com a parceria da Cinemateca Capitólio, que cedeu um espaço para o Curso Jovem Produtor Audiovisual – JPA” complementa o diretor e professor.
Marcos Kligman é jornalista, diretor de cena e de fotografia e professor de audiovisual para a juventude. Foi pioneiro na teledramaturgia gaúcha com os programas POARS e VidAnormal, que foram, respectivamente, as primeiras teledramaturgias da região sul brasileira. Foi âncora na extinta rádio Ipanema FM. Foi professor de cinema por quatro anos na Elite Acting, onde levou para Gramado o curta “Teste de Elenco”, produzido por estudantes e que ganhou prêmios em Portugal e em Minas Gerais. Como ator, já participou de longas contracenando com Rodrigo Santoro, Edson Celulari, Luana Piovanni, Selton Mello. Como técnico de som direto, já fez inúmeros projetos para o Esporte Espetacular. Como diretor de fotografia, fotografou o curta-metragem Casa das 7 vampiras, de Pomba Cláudia. Em 2020 criou o EAD de cinema mais completo do Brasil. Em 2023, abarrotou o teatro Bruno Kieffer com a montagem de A Partilha, de Miguel Falabella. Em 2023, ministrou o Curso Jovem Produtor Audiovisual, na Cinemateca Capitólio, onde desenvolveu a metodologia de ensino profissionalizante de cinema com realização de curtas.
Curiosidades e conquistas do projeto Jovem Produtor Audiovisual:
– Jovem Produtor Audiovisual tem sete curtas concluídos que lotaram sessões de cinema na Cinemateca Capitólio, SindCine e Sala Redenção;
– Realizou o primeiro filme nacional totalmente produzido por mulheres pretas, o Fobia, de Adriele Figueró;
– Realizou o primeiro filme majoritariamente produzido por pessoas neuro divergentes, o Translumia.
– Outros quatro filmes da terceira turma do JPA estão em fase final de produção e tem estreia prevista para abril de 2025.
CURSO JOVEM PRODUTOR AUDIOVISUAL – 4ª edição
Inscrições gratuitas a partir de 20 de janeiro de 2025 (até 21 de fevereiro)
No link: https://forms.gle/nMMAo1cfRH6YtwsQ8
Vagas: 30
Casa de Cultura Mário Quintana, Sala multiuso 4º andar – R. dos Andradas, 736 – Centro Histórico
Datas e horários:
Aulas de 11 de março a 12 de junho
Terças e quintas das 18h30 às 20h30 com o professor Marcos Kligman
+
Cinco palestras
Seis oficinas em sábados alternados das 14h às 18h
Apoios:
Este projeto tem o apoio da CCMQ e da Locall, empresa de locação de equipamentos para cinema
Financiamento:
Este projeto é realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022 – Lei Paulo Gustavo. A apresentação é do Ministério da Cultura e da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, com realização da Olho Mágico Filmes, gestão cultural e produção executiva da Imago Produtora. Financiamento do Pró-Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, da Lei Paulo Gustavo e do Ministério da Cultura.
Fonte: Redação