Sob Forma de Oração reúne Vera Wildner (1936-2017), Karin W. Paiva e André Santos em exposição com abertura dia 12 de abril

A curadoria é de Maria Amélia Bulhões e a mostra acontece no Porão do Paço Municipal, no Centro Histórico de Porto Alegre

Vera Wildner, personagem tão importante quanto querida da cena artística da cidade, dedicou sua vida às artes visuais e ao budismo. Sua profundidade atravessou as vidas de artistas e alunos durante as décadas em que se dedicou ao ofício de professora do Atelier Livre, da Prefeitura de Porto Alegre. Além dos alunos, Vera encantou familiares e amigos próximos que agora reúnem-se para celebrar, em forma de oração, essa luminosa passagem sobre a Terra. A mostra Sob Forma de Oração reúne o trabalho da artista já falecida aos trabalhos de sua filha, Karin W. Paiva, e de seu sobrinho, André Santos. A abertura será dia 12 de abril, às 18h, no Porão do Paço Municipal – Na Praça Montevidéu nº 10, Centro Histórico.

Esta mostra reúne três artistas que, além de fortes e complexos laços familiares e afetivos, trazem em comum uma intenção consciente de lidar com os mistérios da vida humana. “A recorrente utilização de símbolos, mitos e a configuração de ritos são estratégias na realização de desejos, semelhantes àquelas que estiveram implícitas nos inúmeros procedimentos mágicos de culturas milenares. Seu título aponta para esses procedimentos considerados como oração, ou seja, mensagens visuais proferidas em forma de aspiração a algo mais que o cotidiano humano”, afirma a curadora Maria Amélia Bulhões. Vera Wildner, ao longo de sua trajetória, articulou seu trabalho criativo com a prática budista, refinando suas obras na vivência do vazio e na plenitude da luz. Sua última exposição, O fim é o começo, conduzia o visitante por uma deriva sensorial que o capturava e jogava em abismos; uma experiência que só quem esteve lá consegue compreender. “Como uma mestra, colocava-nos frente aos desafios da vida e da criação, uma emoção que se encontra aqui presente com algumas daquelas obras” complementa.

Ela está acompanhada por Karin W. Paiva, que faz sua jornada pessoal e artística seguindo as trilhas das mensagens xamânicas, recuperando signos e ensinamentos dessa tradição. As quatro portas, o vento, os animais e as cores intensas nos trazem a chave de leitura de suas Cartas, mensagens que a artista entrega usando seu corpo como veículo das energias da natureza, que explodem como visões ao mesmo tempo viscerais e espirituais.

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Completa a tríade de artistas André Santos, que, sem recorrer a nenhuma tradição religiosa ou filosófica, estabelece uma espécie de ritual, configurado em desdobramentos do espaço, criando um trajeto para refletir sobre a nossa existência, tendo a morte como pano de fundo. Utilizando fotografias autorais de imagens cemiteriais que ele mesmo realiza, instaura um percurso “Entre o céu e a terra” que finaliza em dois grandes painéis.

Sobre os artistas e curadoria:

Karin W. Paiva é artista visual, natural de Porto Alegre. Filha de Vera Wildner, homenageia a mãe com a obra Série CARTAS, na mostra Sob Forma de Oração, onde imprime toda sua emoção e amor celebrando a existência dessa potente artista. Participou de salões, com destaque o 17º Salão Associação Chico Lisboa, onde recebeu menção honrosa em 1994. Participou de individuais na Galeria Arte Fato, 1989; Galeria da Caixa Econômica Estadual 1990; Museu de Arte do Rio Grande do Sul, na sala Pedro Weingartner, em 1994. Participou da trajetória do Atelier Estágio Armazém de Arte, criado pela mãe Vera Wildner, entre 1984 e 2017. Desde 1982 ministra cursos de artes para crianças.

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André Santos é professor de arte com formação em artes visuais. Vem buscando através de seu trabalho autoral uma narrativa que tem como fio condutor o tempo. Tem participado de diversas exposições coletivas, entre elas uma mostra em Miami. Também esteve em duas importantes mostras na Fundação Iberê Camargo: 4 visões e Artistas Gaúchos. As mostras A Opulência do Tempo, na Gravura Galeria e O Tempo na Pele, no Theatro São Pedro, respectivamente em 2021 e2022, já trazem a temática do tempo. A última, O Tempo na Pele, integrou um circuito paralelo à  Bienal do Mercosul,

Natural de Porto Alegre, a artista plástica Vera Wildner (1936-2017) foi professora do Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre por mais de duas décadas, além de fundadora do Atelier Galeria Estaggio desde 1983, onde orientou artistas em técnicas de pintura. As pinceladas de Vera Wildner expressaram suas memórias e as inquietudes humanas com vida e morte e a Paz Universal. Sua obra é um livro da vida, de sua vida, da vida de todos nós. O Fim é o ComeçoDelcia -Vestido de Noiva e Silêncio, ambas no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), Nascer / Renascer, na Galeria Xico Stockinger da Casa de Cultura Mario Quintana e Manuscritos, exposição na Casa do Brasil, em Madri, em 1998, são mostras que marcaram sua carreira.

Crítica, professora e orientadora de Artes Visuais, UFRGS, Doutora pela USP (1990), pós-doutorado nas Universidades de Paris I, Sorbonne e Politécnica de Valencia, Maria Amélia Bulhões foi presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Artes Plásticas e da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Suas pesquisas têm ênfase na arte contemporânea e os últimos livros foram Desafios: arte e internet no Brasil (2022), Catálogo de obras do MACRS, (2021), Arte Contemporânea no Brasil (2019). Destacam-se suas curadorias: Arte Contemporânea RS, MACRS, 2021, Schwanke: sonetos visuais, MESC, 2021, Pro Posições, MARGS, 2017 e Web arte Bienal de Curitiba, 2013.

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SOB FORMA DE ORAÇÃO – exposição de Vera Wildner, Karin W. Paiva e André Santos
Curadoria de Maria Amélia Bulhões
Abertura dia 12 de abril, às 18h
Visitação de 13 de abril a 26 de maio
De segunda a sextas, das 9h às 12h e das 13h30 às 17h
Porão do Paço Municipal – Praça Montevidéu, 10 – Centro Histórico
Entrada franca

Assessoria de Imprensa:
Bebê Baumgarten Comunicação

Fotos:
Alex Ramirez e André Santos

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