Cinderella – Night Songs (Um Metal por Dia)

Cinderella – Night Songs

Se muitos headbangers torceram o nariz para o nome da banda, o Cinderella conseguiu driblar todo esse preconceito inicial para se estabelecer entre os principais representantes do glam metal norte-americano

O grupo da Filadélfia, que assinou um contrato com a gigante Mercury Records antes mesmo do seu primeiro álbum, soltou o seu debut em 1986. Produzido por Andy Johns (Rolling Stones e Led Zeppelin), “Night Songs” vendeu mais de duas milhões de cópias nos Estados Unidos e alcançou um honroso terceiro lugar nos charts da Billboard.

Impulsionados pelo singles “Nobody’s Fool” e “Somebody Save Me”, Tom Keifer (vocal e guitarra), Jeff Labar (guitarra), Eric Brittngham (baixo) e Jody Cortez (bateria) criaram aqui um repertório maduro, consistente e muito bem lapidado. Com um visual carregado e canções que surpreendem pelo seus riffs pesados, o Cinderella conquistou o seu espaço com uma proposta mais séria e menos despojada, sobretudo se comparada com aquelas outras bandas que despontavam no cenário hard rock de Los Angeles.

Keifer, que assina sozinho todas as dez faixas do álbum, é a principal referência do quarteto – um frontman de mão cheia e um compositor virtuoso. Além das duas faixas que invadiram as rádios e a MTV, o registro ainda tem como destaques “Night Songs”, “Shake Me”, “Nothin’ for Nothin’”, “Hell on Wheels” e “Back Home Again”, todas com melodias vibrantes e refrões bem pegajosos.

Se “Night Songs” não foi uma unanimidade entre a mídia especializada, ao ponto de ser duramente criticado pela Rolling Stone, o disco foi sendo reconhecido ao longo do tempo. A obra, por exemplo, foi eleita pela Guitar World Magazine e pelo Consequence of Sound um dos discos essenciais do glam metal de todos os tempos. Com uma carreira pouco ativa e bastante prejudicada pelos vícios e pelos excessos, o Cinderella colocou um definitivo ponto final na sua trajetória em 2021, após a morte de Labar.




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