Wishbone Ash – Argus (Um Metal por Dia)

O Wishbone Ash, além de ser um dos nomes pioneiros do rock britânico, conseguiu influenciar toda uma geração
A banda, que iniciou a sua trajetória em 1969, soltou três anos depois o trabalho mais bem-sucedido da sua carreira, chamado “Argus“. Com uma sonoridade bastante complexa, que mistura rock progressivo, folk e hardrock, Martin Turner (vocal e baixo), Andy Powell e Ted Turner (guitarras) e Steve Upton (bateria) chegaram à terceira colocação dos charts ingleses e viram a sua obra ser considerada “disco do ano” pela célebre revista Sounds.
Explorando pela primeira vez a temática medieval nas suas letras, o quarteto precisou de apenas um mês em estúdio, ao lado do produtor Derek Lawrence e do (ainda desconhecido) engenheiro de som Martin Birch, para gravar sete composições diversificadas e elaboradas à exaustão.
“Argus“, apesar dos seus timbres simples, reúne riffs relativamente pesados, andamentos cadenciados e/ou velozes, solos inspirados e alguns elementos do blues, sempre com muita naturalidade e criatividade. Se as canções cheias de detalhes e de variações rítmicas precisam de algum tempo para serem bem digeridas, a dupla de guitarristas do Wishbone Ash fez algo brilhante e muito transgressor para a época, que ainda serviu de inspiração para aquilo que se transformaria no hard rock do Thin Lizzy e no heavy metal do Iron Maiden, como revelou Steve Harris em uma entrevista à Guitar World, em 2011.
As harmonias e as melodias dobradas nas seis cordas são o ponto alto do disco e as características mais reproduzidas por outras bandas nos anos seguintes. Já “Time Was“, “Sometime World“, “The King Will Come” e “Warrior“, em que Powell e Turner dão o direcionamento crescente e empolgante, são os principais destaques do material.
Com quase 50 anos de vida, “Argus” é um dos pilares do heavy metal e um álbum essencial para quem quer compreender o que o gênero se tornou a partir da NWOBHM.