Cacophony – Speed Metal Symphony (Um Metal por Dia)

Marty Friedman já era conhecido quando entrou no Megadeth, em 1990. O guitarrista, que havia iniciado a sua trajetória cerca de quatro anos antes, tinha um contrato com a conceituada Shrapnel Records, dedicada à música pesada, e a sua banda era um dos maiores nomes do selo
Formado ao lado do jovem prodígio Jason Becker, na época com apenas 16 anos, o Cacophony lançou em 1987 a sua obra de estreia, intitulada “Speed Metal Symphony“. Misturando referências do heavymetal tradicional, do speedmetal e da música clássica, o registro chamou a atenção não só pelo talento acima da média dos seus dois principais instrumentistas, mas por trazer sete composições bem estruturadas e executadas por uma banda completa.
Ao lado de Peter Marrino (vocal) e Atma Anur (bateria), Marty Friedman e Jason Becker até deixam claro uma grande vontade de executar solos complexos, mas a verdade é que os riffs pesados – numa linha bem thrash old school – e a aproximação às harmonias sinfônicas fazem toda a diferença aqui.
“Speed Metal Symphony“, apesar de ter dividido a opinião da crítica especializada, que demorou um pouco para compreender as rupturas que o Cacophony estava promovendo ao gênero, foi aclamado pelos headbangers no mundo todo e deu visibilidade para que Friedman e Becker alçassem voos maiores. Concebido por dois gênios da seis cordas, o disco impressiona com as suas canções agressivas, como “Savage“, “Where My Fortune Lies” e “Burn the Ground“, e com os momentos de puro virtuosismo, vistos nas instrumentais “Concerto” e “Speed Metal Symphony“.
O Cacophony, que encerraria a suas atividades após o mediano “Go Off!” (1988), também entrou na história por marcar a estreia fonográfica de Jason Becker. O guitarrista teve a sua meteórica ascensão abreviada pela esclerose lateral amiotrófica, doença que fez o músico perder os movimentos – e a capacidade de tocar guitarra – em 1996.