Nazareth – Razamanaz (Um Metal por Dia)

O Nazareth, que conquistaria definitivamente o seu lugar no hall of fame do rock’n’roll com o clássico “Hair of The Dog” (1975), vinha de uma ascensão absurda desde que o seu álbum de estreia chegou às lojas, em 1971
Se o quarteto escocês ainda não tinha figurado no charts britânicos, foi com o seu terceiro trabalho de estúdio, chamado “Razamanaz”, que a sua popularidade ganhou forma pela grã-bretanha, dois anos depois. O registro, que foi produzido pelo baixista do Deep Purple Roger Glover, teve o mérito de dar a devida dimensão ao hardrock executado pelo quarteto, com algumas influências do blues, do southern rock e daquilo que mais tarde seria chamado de heavymetal.
Indo dos riffs executados com precisão por Manny Charlton às melodias de claro acento radiofônico, o Nazareth construiu aqui um repertório bastante vigoroso, em que as releituras de “Alcatraz” (do saudoso Leon Russell) e de “Vigilante Man” (do folkman Woody Guthrie) evidenciam a versatilidade do grupo, um dos mais subestimados da história.
Com um instrumental coeso e supervirtuoso (basta ouvir a introdução da ótima “Woke up This Morning” para comprovar toda a destreza técnica da banda), “Razamanaz” tem na performance de Dan Mccfferty ao microfone um diferencial tremendo, capaz de transformar o seu repertório em algo essencial dentro da discografia do Nazareth.
Do rock rústico dos anos 70 à música pesada sofisticada que ganhou a Inglaterra na década seguinte, os outros momentos de destaque da obra ficam por conta das faixas “Razamanaz”, “Night Woman”, “Bad Bad Boy”, “Too Bad Too Sad”, “Hard Living” e “Spinning Top”. Um registro absurdamente bom e frequentemente esquecido pelo público headbanger.