Emperor – In The Nightside Eclipse (Um Metal por Dia)

Emperor – In The Nightside Eclipse

O Emperor, diferente dos outros grandes nomes da cena Black Metal norueguesa, agregou um pouco de sofisticação a um gênero que sempre foi marcado pela sua agressividade

Trazendo os elementos sinfônicos para dentro do metal extremo, o grupo fez do seu disco de estreia, intitulado “In the Nightside Eclipse”, um marco para o estilo. O registro, que privilegia um instrumental técnico e distante daquela sonoridade urgente concebida pelo Mayhem e pelo Darkthrone, chegou às lojas em 1994, via Candle Light Records, e só precisou de um mês para ficar pronto.

Com canções complexas e obscuras, o Emperor se aproveitou da criatividade de Ihsahn (um dos músicos mais geniais do heavy metal de todos os tempos) para formatar um repertório denso, pesado e repleto de nuances atmosféricas. Apesar dos seus timbres rústicos, é o direcionamento rebuscado que mais chama a atenção nas 10 faixas de “In the Nightside Eclipse”.

Se os demais integrantes do grupo se envolveriam com polêmicas e até mesmo com atos criminosos algum tempo depois, é a imponência de composições como “Into the Infinity of Thoughts”, “Cosmic Keys to My Creations and Times”, “Beyond the Great Vast Forest”, “I Am the Black Wizards” e “Inno a Satana” – assim como os covers “A Fine Day to Die” (Bathory) e “Gypsy” (Mercyful Fate) – que transformam o debut do quarteto de Bergen em uma obra tão marcante e influente, capaz de ditar os rumos que o black metal tomaria a partir dos anos 2000.

In the Nightside Eclipse”, que rompeu com aquilo que o gênero tinha de mais tosco e básico, nunca deixou de ser citado como um disco essencial para a música pesada. A revista Metal Hammer UK, por exemplo, deu no ano passado ao registro o título de “melhor álbum de metal sinfônico da história”.




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