Uriah Heep – Look At Yourself (Um Metal por Dia)

O Uriah Heep, que utilizou o debut “Very ‘Eavy… Very ‘Umble” (1970) para testar caminhos e experimentar sonoridades, encontrou a sua própria identidade um ano depois, quando o seu terceiro trabalho de estúdio chegou às lojas
Abrindo mão daquela pegada mais crua e agressiva proveniente do Heavy Metal para apostar a suas fichas em algo mais próximo do hard rock e do rock progressivo, o quinteto britânico conseguiu fazer de “Look at Yourself” um registro complexo, melódico, vibrante e acessível, tudo ao mesmo tempo.
David Byron (vocal), Mick Box (guitarra), Paul Newton (baixo), Ken Hensley (teclado) e Iain Clark (bateria) precisaram de apenas um mês no imponente Lansdwone Studios, ao lado do produtor Gerry Bron (Hawkwind e Motorhead) para dar vida às sete faixas originais do álbum, que já foi relançado com uma porção de material bônus.
Com um conceito artístico bastante definido, o Uriah Heep se aproveitou da enorme criatividade de Hensley para formatar um repertório enérgico, com refrãos grudentos e andamentos quase sempre vigorosos. Indo dos riffs pesados às camadas atmosféricas criadas com os sintetizadores do convidado Manfred Mann, “Look at Yourself” é um disco sofisticado e que também tem na performance impressionante de Byron – um dos melhores frontmen da sua geração – um dos seus maiores destaques.
A versatilidade instrumental e a diversidade de ritmos são os elementos que conduzem brilhantemente as faixas “Look at Yourself“, “July Morning“, “Tears in My Eyes“, “Shadows of Grief” e “Love Machine“, justamente os melhores momentos da obra. Já com uma enorme popularidade conquistada no Reino Unido e nos Estados Unidos, o disco alcançou boas posições nos charts ao redor do planeta e consolidou o grupo entre os principais expoentes do rock progressivo, ao lado do Deep Purple.
A capa do LP “Look at Yourself“, aparentemente sem graça para os dias de streaming, tentava reproduzir um efeito espelhado, algo totalmente ousado para uma banda de rock dos anos 70.