Testament – The New Order (Um Metal por Dia)

Depois de uma estreia triunfal com o ótimo “The Legacy” (1987), o Testament não perdeu tempo e retornou ao estúdio para gravar o sucessor
“The New Order”, que chegou às lojas exatamente um ano depois, manteve o grupo em evidência, sobretudo entre os principais representantes do Thrash Metal. Com mais de 250 mil cópias vendidas somente nos Estados Unidos, o disco também conquistou um lugar nas concorridas paradas da Billboard e evidenciou como Chuck Billy (vocal), Eric Peterson e Alex Skolnick (guitarras), Greg Christian (baixo) e Louie Clemente (bateria) tinham muita lenha para queimar.
A sonoridade agressiva, que incorpora algumas pitadas do heavy tradicional e da complexidade instrumental do metal progressivo, é o grande barato de “The New Order”. Privilegiando composições quase sempre diretas, em que a dupla Peterson e Skolnick cresce bastante com a performance totalmente enlouquecida de Billy ao microfone, o segundo trabalho do quinteto da Califórnia não fica preso somente às raízes do gênero, mas mostra como a banda sempre tentou dar uma pegada relativamente contemporânea às suas composições.
O álbum, que foi considerado pela revista Revolver Magazine uma das 15 obras obrigatórias do thrash metal de todos os tempos, ainda chama a atenção por conta da sua pegada orgânica e visceral, em que Christian e Clemente também contribuem para a criação de um repertório vigoroso, técnico, rápido e vibrante. “The New Order”, “Into the Pit”, “Disciples of The Watch”, “The Preacher” e “A Day of Reckoning”, todas com refrões bem grudentos, são os principais destaques do registro, que sai um pouco da curva ao incluir uma ótima releitura de “Nobody’s Fault”, do Aerosmith.
O Testament, que conquistaria o planeta definitivamente na temporada seguinte com o seminal “Practice What You Preach” (1989), já dava alguns indícios aqui do que estava por vir.