Gangrena Gasosa – Gente Ruim Só Manda Lembrança Pra Quem Não Presta (Um Metal por Dia)
Não são todas as bandas de metal que cantam em português que conseguiram a mesma projeção que o Gangrena Gasosa
O grupo carioca, que está em atividade desde o início da década de 90, soltou em 2018 o seu quarto trabalho de estúdio, intitulado “Gente Ruim Só Manda Lembrança Pra Quem Não Presta”.
Com aquele humor escrachado de sempre e críticas sociais bastante contundentes, o registro foi viabilizado através de uma campanha de crowdfunding e reúne influências do hardcore e do thrash metal. Se a banda se tornou conhecida por incorporar elementos do umbanda e das demais religiões afro-brasileiras à sua música, o quinteto criou aqui um repertório animado e vibrante, que evidencia o seu espírito genuinamente punk.
Com canções ágeis e diretas, girando em torno de dois ou três minutos de duração, “Gente Ruim Só Manda Lembrança Pra Quem Não Presta” dá vida àquela fórmula bastante peculiar que tornou o grupo conhecido no underground nacional.
Se a percussão de Gê Gaizeu dá um toque único ao material, os vocais de Eders Santana e Angelo Arere proporcionam um dinamismo louvável ao disco, que é bastante coeso em torno dos riffs sujos de Minoru Murakami e das levadas cheia de groove do baterista Renzo Borges.
A potência do inusitado “Saravá Metal” pode ser dimensionada por faixas do calibre de “Gente Ruim”, “Terno Do Zé”, “Trabalho Pra 20 Comer”, “Se Liga Doidão (Zé Droguinha)” e “Jogo Do Bicho”, que são um convite irresistível às rodas de pogo e aos stage divings.
Diferente de quase tudo que se tem por aí, o Gangrena Gasosa tem deixado um legado incrível ao rock pesado nacional, mostrando que é possível propor novas rotas à música pesada.
