Lacuna Coil – Unleashed Memories (Um Metal por Dia)

Aproveitando o boom do gothic metal, o Lacuna Coil conseguiu se tornar um dos maiores nomes do gênero assim que o seu segundo trabalho chegou às lojas, em 2001
“Unleashed Memories”, que foi gravado na Alemanha sob os cuidados do produtor Waldemar Sorychta (Tiamat e Moonspell) retrata muito bem como era a sonoridade do grupo naquela época, sem o apelo radiofônico e a pegada moderna dos dias atuais.
O registro pode até não investir tanto nos riffs pesados, mas acerta ao explorar todas as nuances abertas pelos andamentos densos e arrastados, com um toque emotivo bastante acentuado. Dando vazão a um repertório atmosférico e melodicamente mais cadenciado, o álbum tem muitas texturas e, não por acaso, é considerado a obra-prima do sexteto de Milão. Além disso, “Unleashed Memories” também tem como pilares o contraponto entre as vozes de Andrea Ferro e Cristina Scabbia, os detalhes proporcionados pelo teclado de Marco Coti Zelati e a bateria superbem elaborada de Cristiano Mozzati.
O Lacuna Coil, que ia um pouco na contramão dos grupos escandinavos que privilegiam a vibe obscura e depressiva do estilo, deixou a sua personalidade marcada aqui, na obra que pode ainda ser apontada como um divisor de águas na sua carreira. “To Live Is to Hide”, “Senzafine” (com letras em italiano), “When a Dead Man Walks” (que tem um refrão muito forte e grudento), “1:19” e “Wave of Anguish” são os melhores momentos do registro, que evidencia de forma perfeita a criatividade e a competência da banda.
O Lacuna Coil não seria o grupo que é hoje se não tivesse alcançado o seu ápice gótico com “Unleashed Memories” – e subvertido toda essa lógica pouco tempo depois.