God Is An Astronaut – All Is Violent, All Is Bright (Um Metal por Dia)

God Is An Astronaut – All Is Violent All Is Bright

Com quase duas décadas de carreira, o God Is An Astronaut aos poucos vai conquistando o seu espaço no concorrido cenário internacional

A banda irlandesa, que chegou a fazer dois shows no brasil em 2014, já tem dez discos na bagagem e adota uma proposta artística bastante moderna, em que o metal progressivo e o ambient rock parecem se encontrar.

O segundo trabalho de estúdio do grupo, intitulado “All Is Violent, All Is Bright”, foi comercializado de forma independente através da plataforma Bandcamp, em 2005, e ganhou uma nova edição remasterizada, seis anos depois.

Com canções densas e atmosféricas, Torsten Kinsella (guitarra e teclado), Niels Kinsella (baixo e guitarra) e Lloyd Hanney (bateria) até podem ter o Pink Floyd e a última encarnação do Anathema como referências, mas conseguiram criar um disco de personalidade forte, diferente de quase tudo que se tem por aí. Utilizando a voz de Torsten Kinsella apenas como um elemento instrumental, “All Is Violent, All Is Bright” vai mais pelo caminho da delicadeza do que a intensidade, chamando a atenção por incorporar sussurros e versos onomatopeicos, sem que possamos dizer que o God Is An Astronaut escreve letras de forma tradicional.

A vibe etérea, os detalhes eletrônicos, a aura melancólica e toda a carga emotiva inserida no repertório certamente colocam o power trio na vanguarda do post-rock. Com algumas mudanças de andamento e uma pegada surpreendentemente direta, o material tem como destaques as faixas “Fragile”, “All Is Violent, All Is Bright”, “Forever Lost”, “Fireflies and Empty Skies”, “Suicide by Star” e “Dust and Echoes”, todas com uma riqueza de detalhes impressionante.

Muito bem-recebido pelo público e pela crítica especializada, que deu notas altíssimas para a criatividade do grupo ao mesmo tempo que elogiou o modo que a banda transita entre o minimalismo e a complexidade, “All Is Violent, All Is Bright” é uma obra fora da curva.

O God Is An Astronaut, apesar de não estar reinventando o rock, segue trazendo um pouco de frescor ao gênero, de forma desconcertante e imprevisível.




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