Mayhem – Daemon (Um Metal por Dia)
O Mayhem, um dos precursores do blackmetal norueguês, modificou bastante a sua sonoridade ao longo do tempo
Do desconcertante “De Mysteriis Dom Sathanas” (1994) ao experimental “Chimera” (2004), a banda nunca ficou parada no mesmo lugar e sempre tentou ditar novos rumos para o metal extremo.
“Daemon“, que chegou às plataformas de streaming em 2019, é o seu álbum mais técnico e maduro. Deixando de lado os elementos eletrônicos e a pretensão avant-garde metal, Attila Csihar (vocal), Morten Bergeton Iversen e Ghul (guitarras), Necrobutcher (baixo) e Hellhammer (bateria) retomaram aqui as suas raízes e criaram um repertório muito bem lapidado.
Atmosférico e agressivo na medida certa, “Daemon” até tem os seus momentos de fúria, mas sabe tirar o pé do acelerador quando é necessário, priorizando melodias mais obscuras e arrastadas. O registro, com uma aura bem contemporânea, não é cansativo e evidencia como o Mayhem pode estar vivendo hoje o melhor momento da sua carreira. Com avaliações positivas de portais como o Consequence of Sound e o Blabbermouth, o disco também está sendo celebrado como a obra que colocou a banda novamente nos eixos e à frente do movimento que ajudou a construir cerca de três décadas atrás.
Se no passado o grupo quebrou regras e mudou o entendimento do que o heavy metal poderia ser, o impacto causado por faixas como “Agenda Ignis“, “Malum“, “Falsified and Hated“, “Daemon Spawn” e “Of Worms and Ruins” é a prova de que a banda ainda se mantém na vanguarda da música pesada.
