Famoso musical britânico “The Wall”, baseado no disco de Pink Floyd e no filme de Alan Parker, chega ao Teatro do Sesi

Com direção de Alan Vest e co-produção de Rachel Barrett a adaptação da obra-prima para os palcos será apresentada em Porto Alegre nos dias 12 e 13 de novembro

O musical inglês “The Wall” encerra a programação especial de aniversário de 25 anos do Teatro do Sesi, com duas apresentações em novembro, dia 12 às 21h e dia 13 às 19h. A montagem é baseada no disco homônimo do Pink Floyd e no filme de Alan Parker. A produção, conduzida pelo grupo de Pink Floyd UK, levará ao palco imagens emocionantes, através de projeções, iluminação e sonorização com tecnologia de última geração, além de um time de músicos, atores e cantores. Os ingressos já estão à venda na plataforma Sympla.

Dirigido por Alan Veste e Co-Produzido por Rachel Barrett (prima de Syd Barrett, fundador e cantor do Pink Floyd antes da gravação do The Wall), o musical narra a vida de Pink, que por inúmeras declarações de Roger Waters (criador do The Wall), foi intencionalmente inspirado em Syd Barrett.

Domiciliado no Pavillion Center de Liverpool, o espetáculo faz sucesso por mais de 30 anos na Inglaterra e é considerado pela crítica especializada uma das mais importantes obras do cenário musical. O palco do Teatro do Sesi é uma das paradas da turnê inédita que a montagem realiza no Brasil, dentro do projeto da Top Cat e Vesbim Media Corp.

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A apresentação segue o roteiro do filme, com “comentários incidentais” de Alan e Rachel, que fazem sua própria leitura do personagem da estrela do rock, Pink, que tem sua alma torturada, por causa de sua infância, pois sempre tentou fazer conexões emocionais significativas com outras criaturas vivas. Essa infância inclui não ter um modelo masculino, pois seu pai, tendo sido morto na guerra e sua mãe superprotetora, sufocando-o; e um sistema escolar opressivo e repressivo que anula sua criatividade natural, ajudando a construir o processo de insanidade.

Pink Floyd The Wall” é um dos álbuns mais intrigantes e imaginativos da história do rock. Desde o lançamento do álbum de estúdio em 1979, a turnê de 1980-81, e o filme subsequente de 1982, “The Wall” tornou-se sinônimo, se não a própria definição do termo “álbum conceitual“.  Explosivo e complexo de se repetir nos palcos, Alan e Rachell Barrett retratam esta trajetória, repleta de intervenções curiosas e cuidadosamente interpretadas, dando uma conotação única a esta peça antológica. Pink é um astro do rock que consome drogas para poder fazer uma imersão e alimentar suas paranoias, e assim, construir uma parede imaginária que o separe do mundo real. Ele recorda sua relação de dependência materna, a morte de seu pai e os castigos de seus professores, construindo e demolindo definitivamente uma parede metafórica. Embora o simbolismo do filme esteja aberto à interpretação, a parede em si, reflete claramente uma sensação de isolamento e alienação.

O ROTEIRO
O musical inicia sua trajetória mostrando Pink como um jovem inglês crescendo no início da década de 1950, demonstrando claramente sua carência da figura paterna (“Another Brick in the Wall, Part I”).  Certa ocasião, mexendo nas coisas do seu pai, descobre um pergaminho do “carismático e gentil Rei George” e muitas relíquias do serviço militar e pertences (“When the Tigers Broke Free, Part 1”). Um destes itens é uma bala de rifle, e está colocada cuidadosamente no trilho de um trem, e nele percebe pessoas desconhecidas andando dentro dos vagões. Já na escola, ele é pego escrevendo poemas em sala de aula e se vê constantemente humilhado pelo professor, que se revela abusivo com os alunos. Isto ocorre em consequência de sua esposa ser igualmente abusiva com ele! (“The Happiest Days Of Our Lives”), que lê um poema (parte do versículo 2 da canção “Money”). 

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Em sua paranoia, recheada de metáforas, Pink percebe um sistema escolar opressivo no qual as crianças caem em um moedor de carne. As crianças então se rebelam e destroem a escola, excluindo o professor e enviando-o para um destino desconhecido (“Another Brick in the Wall – Part 2”). 

Pink também é afetado negativamente por sua mãe superprotetora (“Mother”). Inúmeras experiências traumáticas são representadas (como “bricks”) na parede criada metaforicamente, em torno de si, afastando-o da sociedade (“Empty Spaces”).

Adulto, Pink se casa, mas ele e sua esposa rapidamente se separam, pois Pink descobre que sua esposa está tendo um caso (“Young Lust”). Ele então se volta para uma fã (Jenny Wright), e a leva para seu quarto de hotel apenas para provocá-lo e destruí-lo, provocando uma raiva violenta, aterrorizando a fã e colocando-a para fora do quarto (“One of My Turns”).  Após a saída em prantos da menina, Pink entra em uma profunda depressão (“Don’t Leave Me Now”). Depois de destruir a televisão com seu violão, ele jura que não precisa de mais ninguém!  (“Another Brick in the Wall, Part 3”). Com isso, ele mentalmente completa a parede que começou a construir para proteger suas feridas (“Goodbye Cruel World”).

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Pink começa lentamente a perder a cabeça e cria monstros imaginários em seu consciente “worms”. Em outra de suas crises, Pink raspa todo o seu cabelo corporal (um dos muitos incidentes inspirados pelo ex-colega de banda Syd Barrett, que apareceu em uma sessão de gravação de 1975 de “Wish You Were Here”, tendo raspado suas sobrancelhas e pelos do corpo). E, enquanto assistia The Dam Busters (1955) na televisão, quando ele inspirado no personagem do filme, se transforma em seu alter-ego neonazista. É quando o empresário de Pink (Bob Hoskins), com o gerente do hotel (Michael Alferes) e alguns paramédicos, invadem o quarto e descobrem Pink, completamente abatido pelo profundo processo de depressão, mas mesmo assim, o levam para uma limusine e injetam drogas nele para que ele se apresente no show que estaria marcado para aquele dia. (“Comfortably Numb”).

Em sua sequência alucinatória, Pink fantasia que ele é um ditador e seu concerto é um comício neonazista. Nazi-Pink realiza um comício, e procura por pessoas diferentes, “bichas”, “idiotas,” e ordena-os “contra a parede”. (“In the Flesh”). Seus seguidores começam a atacar minorias étnicas (“Run Like Hell”), e Pink realiza um comício no subúrbio de Londres (“Waiting for the Worms”). A cena é intercalada com imagens de martelos animados marchando que atravessam ruínas. Pink então para de alucinar e grita “Pare!” e se refugia em uma cabine de banheiro no local do concerto, recitando poemas que mais tarde seriam usados em outros discos do Pink Floyd.

Em sequência repleta de animações, Pink se coloca em julgamento (“The Trial”).  Ele é retratado como uma pequena boneca de pano rosa que raramente se move. O juiz é um par gigante de nádegas, com duas pernas viradas para trás, um ânus como a boca e um escroto para um queixo. O advogado é um homem alto, ameaçador, parecido com um abutre e o professor é uma marionete abusiva e odiosa. Depois de ouvir as partes e testemunhas (esposa e mãe de Pink), o juiz ordena que a parede seja derrubada. Após um silêncio prolongado, a parede explode e mostra uma montagem de eventos de toda peça teatral e Pink é ouvido pela última vez gritando. O filme termina com três crianças limpando uma pilha de escombros após um motim anterior (“Outside the Wall”). Não se sabe o que aconteceu com Pink, deixando o espectador decidir.

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Misturando animações clássicas, e sequências semelhantes a sonhos para sugerir a percepção de Pink sobre o mundo, inúmeras técnicas de iluminação, uma competente banda de rock e vários atores, complementam com um formidável repertorio musical, criado pelo Pink Floyd, excluindo completamente a necessidade de diálogos na apresentação.

Sobre o Diretor e Produtor Alan Veste:
Alan tem 35 anos de experiência em cinema e teatro. Escreveu, produziu e dirigiu inúmeros filmes, peças de teatro e musicais ao longo dos anos. Uma de suas grandes habilidades é adaptar filmes conhecidos para o palco, tais como, “One Flew Over the Cuckoo’s Nest” (Um Estranho no Ninho), de Ken Kessey, “Purple Rain”, do Prince, e “Tommy”, do The Who.  

Também é um dos pioneiros da introdução de filmes como parte de uma peça teatral, acoplando as duas experiências em um único espetáculo. Co-Fundador da Vesbim Media, além de dirigir alguns dos mais consagrados musicais da Inglaterra, a empresa também é responsável nos últimos 10 anos, pela realização do famoso Festival Internacional de Cinema de Liverpool, o evento conta ainda com Alan como um de seus anfitriões. Mr. Veste também é jurado e organizador do Festival de Cinema de Wirral. 

Alan dirigiu e produziu peças como: “Virgin Express”, “Payback”, “The Cavern Club”, “The Yozzers”, dirigiu e editou  séries para TV inglesa como “Fast & Furious”, Co-Produtor no curta metragem “The Butler Did It”, Produtor no Variety showcase no Little Theatre Birkenhead”, Editor e Produtor no longa metragem “Bouncers 1”, Diretor e Co Produtor no Documentário “Millennium Man” para TV a cabo, escritor, diretor e co Produtor  no premiado  Longa-Metragem “Controle de Pragas”,  em março de 1993 foi o produtor,  diretor, diretor musical na adaptação para a versão teatral de “The Wall” do Pink Floyd no The Royal Court Liverpool, The Floral Pavilion New Brighton e The Leasowe Recreation Center Wirral.  Alan também é Fundador do “The Leasowe Production Group” e do “The Leasowe Music Workshop”.

É ainda professor titular e membro do corpo acadêmico diretivo da UAL – UNIVERSITY OF ARTS LONDON,  Faculdade de artes de Londres,  sendo o responsável pelas cadeiras de cinema, aulas de arte e música.

Depoimento da Co-produtora Rachel Barrett:
“Meu avô e o pai Syd eram irmãos. Portanto, sou prima em segundo grau para Syd (ou Roje como o chamávamos). Meu pai e Syd nasceram os dois em 6 de janeiro com um ano de diferença, sendo Syd o mais velho. Sua mãe (Winifred) adorava dar festas e a casa era muitas vezes cheia de crianças. Papai se lembra de jogar tênis de mesa no sótão onde uma mesa foi permanentemente montada. Minha ramificação da família se mudou de Cambridge quando meu pai tinha apenas 11 anos.
Música sempre foi o ‘Elo Pricipal’ em nossa família. Meu avô tocava saxofone, clarinete e órgão, meu pai tocava guitarra, acordeom e sempre tocou em bandas.

Nasci em Stockton em 1972, me tornei um fã do Pink Floyd no início da minha adolescência, obviamente com uma enorme influência de casa e toda nossa família, mas foi  quando eu frequentei a faculdade de arte que eu me tornei ciente do impacto que Syd tinha  na sociedade e que finalmente compreendi, o talento excepcional que ele era e tudo o que representava. Para nós, ele era apenas Roje e não aquela figura enigmática e misteriosa que os fãs sempre desejavam encontrar ou mesmo se aproximar para extrair toda a bagagem intelectual que ele poderia fornecer. Não era incomum, vê-lo constantemente sendo seguido nas ruas de Cambridge.

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Em 2016 fui convidada para me apresentar com ‘Men on the Border’ e ‘The Sandvikon Orchestra’ como parte das celebrações realizadas no Cambridge Corn Exchange, onde apresentei um trabalho sobre a vida e obra de Roje, onde uma linda escultura foi revelada em memória de Syd.

Em 2008 conheci Alan Vest e sua fantástica Cia Vesbin Media, naquela ocasião estavam produzindo a fantástica peça teatral ‘Um estranho no ninho’ desde então nos relacionamos, ficamos grandes amigos e juntos realizamos o desejo de montar o fantástico álbum The Wall em um formato diferente, em uma peça teatral, completamente musicada, trazendo o que o Reino Unido poderia oferecer de melhor na interpretação artística! Juntos havíamos entendido, que o conteúdo da obra estava baseada na vida de meu primo Syd, e com isto eu trouxe alguns comentários de nossa história particular para trazer detalhes na obra grandiosa do Pink Floyd, mas desta vez sob o olhar telentoso e intelectual de Alan Veste! Antes de mais nada, é importante dizer que sou grande fã do que fazemos, minha contribuição artística vai além das memorias e atos de Syd, trago também minha versão nos figurinos e textos, deixando a apresentação com uma cara completamente diferente da que o público está acostumado a ouvir.

Estou envolvida com os shows do Vesbim Floyd por vários anos, posso assegurar, que se o público espera apenas um espetáculo musical, vai se enganar, apresentamos uma obra completa, uma viagem na cabeça dos jovens dos anos 70/80 e principalmente um espetáculo de uma bagagem absolutamente incomum! Este é o nosso The Wall, o The Wall de Syd Barrett.”

Sobre a programação de 25 anos do Teatro do Sesi

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O calendário em comemoração ao aniversário do maior teatro de Porto Alegre iniciou em maio e recebeu diversos artistas nacionais e internacionais. Em outubro é a vez da apresentação de um dos mais reconhecidos grupos de música italiana, Interpreti Veneziani (29 de outubro). E as duas apresentações do musical inglês The Wall dias 12 e 13 de novembro encerram a agenda especial do espaço cultural. Mais informações estão disponíveis em www.sesirs.org.br/25-anos-teatro.

SERVIÇO
The Wall – Musical
Dias 12 e 13 de novembro
Sábado, às 21h
Domingo, às 19h
Teatro do Sesi (Av. Assis Brasil, 8787 – Sarandi, Porto Alegre/RS)

Programação especial em comemoração aos 25 anos do Teatro do Sesi

Duração: 2h10min
Classificação etária: 14 anos

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Ingressos
Mezanino: R$ 55,00 (meia-entrada) | R$ 110,00 (inteiro)
Plateia alta: R$ 65,00 (meia-entrada) | R$ 130,00 (inteiro)
Plateia baixa: R$ 80,00 (meia-entrada) | R$ 160,00 (inteiro)

Pontos de venda
Online, pela plataforma Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/73326/d/138629
Bilheteria do Teatro do Sesi (Av. Assis Brasil, 8787): somente no dia da apresentação, a partir de duas horas antes do início do espetáculo

Informações para a imprensa:
Jéssica Barcellos Comunicação / Andressa Griffante

Foto:
Warren Villar Photography

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