Carach Angren – Franckensteina Strataemontanus (Um Metal por Dia)

Carach Angren – Franckensteina Strataemontanus

Diferente da maioria das bandas de Black Metal Sinfônico, o Carach Angren está construindo a sua própria trajetória, ao deixar de lado a temática satanista para criar obras conceituais, sobre histórias clássicas de terror

O sexto trabalho de estúdio do grupo, chamado “Franckensteina Strataemontanus”, chegou às lojas em meados do ano passado e aborda a vida de Johan Konrad Dippel, controverso cientista alemão do século 17 que inspirou a história de Frankenstein.

Lançado pela Season of Mist sem edição nacional até o momento, o disco é pesado, melodicamente diversificado e recheado com imponentes passagens orquestrais. Indo na mesma direção do Dimmuborgir  atual, mas caprichando bastante na hora de criar um instrumental agressivo e sombrio, Seregor (vocal e guitarra), Ardek (teclado, guitarra e baixo) e Namtar (bateria) não precisaram do auxílio de um produtor externo para lapidar as 10 canções ríspidas e surpreendentes do material, que tem uma vibe bastante moderna e acessível, apesar da sua complexidade.

O trio holandês, que tem apenas 40 mil ouvintes mensais no Spotify, pode se tornar um dos principais expoentes do black metal contemporâneo, já que “Franckensteina Strataemontanus” é tranquilamente um dos melhores discos da última temporada. Com um nível de sofisticação impensável para a maioria das bandas do estilo, o Carach Angren chama a atenção pelos seus riffs encorpados e pela abordagem cinematográfica – se é que existe isso – das suas composições.

Definido pelo portal lusitano artes/factos como “uma trilha sonora clandestina de um filme da disney muito obscuro”, “Franckensteina Strataemontanus” é transgressor e explora todos os sentimentos que o black metal é capaz de despertar. Sem cair na mesmice, os melhores momentos do álbum são as enérgicas e envolventes “Scourged Ghoul Undead”, “Franckensteina Strataemontanus”, “The Necromancer”, “Operation Compass”, “Monster” e “Skull with A Forked Tongue”, que rompem com aquela fúria descabida para adotarem algumas referências do metal industrial à lá Rammstein e estabelecerem ganchos realmente fortes com o ouvinte.




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