Coroner – Mental Vortex (Um Metal por Dia)

Coroner – Mental Vortex

Na vanguarda do Heavy Metal, o Coroner escreveu o seu nome na história da música pesada, com discos que fugiram do senso comum e ditaram alguns rumos para o futuro

O grupo suíço, que executava um Thrash Metal rústico e atmosférico na época dos seminais “Rip” (1987) e “Punishment for Decadence” (1988), foi se tornando cada vez mais técnico e experimental.

O álbum que melhor resume a representatividade da banda é o clássico “Mental Vortex”, de 1991. Gravado na Alemanha e mixado no lendário Morrisound Studios (berço do Death Metal norte-americano), o power trio liderado pelo vocalista/baixista Ron Royce criou aqui um repertório cheio de nuances progressivas, beirando também o metal industrial em diversos momentos.

Se os andamentos cadenciados foram um pouco incompreendidos pelos headbangers que esperavam as canções rápidas e sujas que deram visibilidade ao Coroner na Europa, a ousadia e a criatividade do grupo foram reconhecidas ao longo do tempo, num registro que hoje tem o status de clássico. Os flertes com o stoner, com o jazz e com o rock alternativo deram a “Mental Vortex” uma identidade própria, ao mesmo tempo que permitiu que Tommy Baron (guitarra) e Marquis Marky (bateria) também mostrassem todo o seu talento como instrumentistas. Com canções extensas e bem lapidadas, o disco é diversificado e tem como destaque as faixas “Divine Step”, “Son of Lilith”, “Semtex Revolution”, “Sirens” e “About Life”, encerrando de forma soberba com o cover “I Want You (She’s So Heavy)”, dos Beatles.

Com uma vibe obscura e um certo interesse em dar uma abordagem macabra ao seu material, o Coroner encerrou as suas atividades no início dos anos 2000 e, apesar de ter voltado à ativa recentemente, não lançou mais nada desde o derradeiro “Grin” (1993).



Sobre Paulo Finatto Jr. 518 Artigos
Olá, pessoal! me chamo Paulo Finatto Jr. e estou no mundo pesado há tempo. com 15 anos, criei o primeiro site dedicado ao metal nacional da internet, chamado Brazil Metal Law. Eu, que já consumia cd’s e revistas aos montes, embarcava na minha própria viagem dentro da música, fazendo reviews, cobertura de shows, notícias e entrevistas. A página, que se tornou uma referência no início dos anos 2000, chegou a ter mais de mil artigos publicados, me colocando em contato com bandas de todo o brasil. Também fui colaborador do Whiplash e escrevi algumas vezes para a Rock Brigade Magazine, a maior daquela época, fazendo matérias de página dupla antes de completar 17 anos. O caminho que segui depois foi inevitável. Fiz faculdade de jornalismo, continuei escrevendo para outros sites, fui editor da Revista Noize e Assessor de Imprensa da Opinião Produtora, por quase uma década. Sigo abrindo as plataformas de streaming diariamente, em busca de novidades e de velharias do universo Heavy Metal. Diante de uma oferta praticamente ilimitada, vou compartilhar aqui vários discos legais para você ouvir no streaming. A ideia é ter um álbum por dia, todos os dias, abrindo espaço para clássicos, bandas nacionais e lançamentos. Espero que curtam!