Helloween – The Dark Ride (Um Metal por Dia)

O Helloween, que em 2000 passava por mais uma ruptura interna, teve o mérito de transformar o seu ambiente conturbado em um disco que, apesar de fugir daquilo que muitos fãs esperavam, é um dos mais intensos e viscerais da sua carreira
Com um direcionamento obscuro e bastante focado nos volumosos riffs de guitarra da dupla Michael Weikath e Roland Grapow, a banda se juntou aos produtores Roy Z e Charlie Bauerfeind para dar vida às 12 faixas do polêmico (e sensacional) “The Dark Ride”.
Se as brigas culminaram na demissão de Grapow e do baterista Uli Kusch, o quinteto germânico não se abalou com o racha já visível entre os seus integrantes e criou um repertório que, mesmo não perdendo a sua essência Power Metal, trilha por um caminho bastante particular. O Helloween, longe também da ousadia que marcou o controverso “Chameleon” (1993), acertou ao dar ao seu nono álbum um contorno sublime e relativamente melancólico, com melodias mais introspectivas e sem aquela vibe alto-astral.
Se muitos headbangers torceram o nariz para essa abordagem, o grupo foi brilhante ao estabelecer aqui uma fórmula diferenciada e que funcionou superbem, dando vazão a uma sequência de faixas imponentes e impactantes, como são os casos de “Mr. Torture”, “Escalation 666”, “If I Could Fly”, “Salvation”, “The Departed (sun Is Going Down)”, “We Damn the Night” e “The Dark Ride”.
A “fase negra” do Helloween, que teve os seus integrantes trabalhando sozinhos em todas as composições que fazem parte do registro, não duraria até um segundo álbum, mas foi suficientemente inspiradora para que a banda buscasse outras referências para formatar um disco que impressiona e que foge do senso comum.
“The Dark Ride” foi relançado recentemente no brasil, numa edição especial (com material bônus) capitaneada pela Shinigami Records BR em parceria com a Nuclear Blast South America.