Paradise Lost – Draconian Times (Um Metal por Dia)

Transitando entre o Doom e o Gothic Metal, o Paradise Lost lançou um dos melhores discos de Heavy Metal da década de 90
O grupo britânico, liderado pelo vocalista Nick Holmes e pelo guitarrista Gregor Mackintosh, precisou de apenas três meses ao lado do produtor Simon Efemey (Napalm Death e Amorphis) para formatar as 12 composições imponentes de “Draconian Times“.
Alcançando uma honrosa 16ª posição nos charts do Reino Unido, o registro chegou às lojas em 1995 e vendeu mais de uma milhão de cópias, o que rendeu à banda um contrato com a major EMI. A atmosfera sombria e melancólica do disco, que ainda incorpora um pouco da energia e da agressividade do Thrash Metal à lá Metallica da fase “Kill ‘em All”, tornou a sonoridade do Paradise Lost algo bastante particular.
Cada vez mais distante do Death Metal dos seus primórdios, o grupo teve todo o mérito de transformar “Draconian Times” em uma obra que consegue ser complexa e bastante acessível ao mesmo tempo. O repertório dinâmico e diversificado, que mistura composições calmas e agitadas sempre com o contorno dos riffs pesados e da bateria precisa de Lee Morris (hoje no Magnum), mostra que a banda teve a coragem necessária para fugir das suas fórmulas para adotar um direcionamento diferente, bem triste e melódico.
Considerada a obra-prima do grupo, “Draconian Times” tem como destaques as faixas “Enchantment” (com uma belíssima introdução de piano), “Hallowed Land“, “The Last Time“, “Forever Failure“, “Once Solemn“, “Shadowkings“, “Yearn for Change” e “I See Your Face“.
Brilhantemente construído, o quinto trabalho do Paradise Lost é o retrato de uma banda que nunca teve medo de ousar, sobretudo em uma época que a música pesada perdia o seu espaço para o grunge e precisava se reinventar. “Draconian Times” é preciso e perfeito nesse sentido.