A exposição ColonialMente, de Dedé Ribeiro, estará a partir de 2 de setembro, na Pinacoteca da AJURIS

Pics Música e Cultura | A exposição ColonialMente, de Dedé Ribeiro, estará a partir de 2 de setembro, na Pinacoteca da AJURIS

Na abertura da mostra, o diretor e ator Daniel Colin propõe uma roda de conversa para refletir sobre o colonialismo, às 18h30min

Não é de hoje que a jornalista, produtora e artista visual Dedé Ribeiro atua em várias frentes. Inquieta por natureza, dedicada e metódica em tudo o que faz, é uma das produtoras mais reconhecidas no sul do Brasil e, com a mesma dedicação que imprimiu em sua carreira, leva em frente a paixão pela arte que vem produzindo: a colagem. Foram duas exposições individuais “Diagnóstico por colagem”, em 2018, e “A escolha do acaso”, em 2020, além de participações em importantes coletivas. Sua próxima incursão nesta arte tão delicada quanto potente é a exposição ColonialMente, que se inaugura dia 2 de setembro na Pinacoteca da AJURIS, onde permanece até o dia 30 do mesmo mês. Na abertura, o ator e diretor Daniel Colin fará uma participação especial, em roda de conversa com o público. A curadoria e montagem é de Francisco Dittrich.

São 14 colagens, algumas delas com intervenções em desenho, sobre papel feitas entre 2019 e 2022, que tem como pano de fundo a questão decolonial. Grande parte da mostra foi criada durante a pandemia da COVID 19, quando Dedé se debruçou em estudos sobre acessibilidade, democratização e decolonialismo. “No meu trabalho as coisas se misturam e, se estou produzindo um espetáculo ou escrevendo uma peça, as imagens e temas povoam minha cabeça até virarem colagem. Nesse caso, comecei a estudar esses temas durante a pandemia, com o objetivo de produzir projetos culturais melhores e mais inclusivos, porém o tema era tão forte e urgente, que saltou para as colagens”, afirma Dedé.

E foi assim que antigos mapas e fotos da América colonial encontraram personagens de todas as épocas, às vezes em comentários sociais e às vezes como forma de demonstrar seu próprio processo de desconstrução de crenças e preconceitos.  “Algumas obras trazem também reflexões ligadas à África, que visitei duas vezes antes da pandemia. Raramente se fala da África quando se trata de decolonialismo, pois o movimento todo procura focar na arte latino-americana, mas na minha cabeça é uma segunda camada. Tanto a África passa pelo mesmo problema de apagamento de sua cultura, como seu povo é parte significativa do povo brasileiro.  Essa exposição é minha forma de dizer que não compactuo com o racismo, o machismo, o eurocentrismo ou os valores fortemente estadunidenses, embora me custe muitíssimo reconhecer que tudo isso ainda existe de alguma forma em mim”, completa a artista.

Dedé Ribeiro é uma das produtoras mais longevas e reconhecidas no sul do Brasil, em atividade desde 1977. Criou o primeiro curso de produção do RS, que formou dezenas de produtores e ainda hoje é referência. Paralelamente, dirigiu importantes centros culturais (Usina do Gasômetro, Santander Cultural) e criou  políticas culturais para instituições como Unisinos, Rede Metodista, Centro Histórico-Cultural da Santa Casa e Instituto Ling. Também é dramaturga premiada e começou a desenvolver-se em artes visuais a partir de 2008, com o projeto de intervenção urbana MicroDramas.  Como artista plástica, apresentou “Diagnóstico por Colagem“, exposição individual (Vasco 1120 – Porto Alegre – 2018 e Galeria Recorte – São Paulo – 2018); participou de coletiva na Galeria Caláfia – Porto Alegre, em 2019; na coletiva de aniversário da Galeria Recorte e Exposição Arte Pandêmica, em São Paulo, em 2020. Sua segunda individual, “A Escolha do Acaso“, ocupou o Centro Histórico-Cultural Santa Casa, em Porto Alegre /2020 e esteve no Centro Cultural Ordovás, em Caxias do Sul 2020/2021.  Suas colagens já foram capas de discos e livros. Desde 2021, Dedé Ribeiro é curadora do Centro Histórico-Cultural Santa Casa. Jornalista por formação, tem mestrado na Universidade de Paris I – Sorbonne (França) e mestrado em Artes Visuais na UFRGS.

Ficha técnica:
Curadoria e montagem:
Francisco Dittrich
Arte gráfica: AJURIS

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Na abertura, às 18h30min, haverá uma roda de conversa com Daniel Colin, que irá propor uma reflexão acerca da colonialidade na qual ainda (sobre)vivemos em pleno século XXI no Brasil. E, para além disso, o debate pretende apontar frestas que possam nos auxiliar a visualizar outras perspectivas que desacomodem o pensamento hegemônico colonial.

ColonialMente – exposição de Dedé Ribeiro
Abertura dia 2 de setembro
às 18h30min, roda de conversa com Daniel Colin
às 19h30min – abertura da mostra
Visitação de 2 a 30 de setembro de 2022 das 14h às 19h
Pinacoteca da AJURIS – Foro Central II / Rua Manoelito de Ornellas, 50 – Praia de Belas
Entrada franca

Assessoria de Imprensa:
Bebê Baumgarten Comunicação

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