Orphaned Land – Unsung Prophets & Dead Messiahs (Um Metal por Dia)
Com uma sonoridade rebuscada e cheia de referências da música folk do oriente médio, o Orphaned Land é um dos nomes de maior representatividade do Heavy Metal contemporâneo
O grupo israelense, que iniciou a sua trajetória em meados da década de 90, soltou em 2018 a obra que melhor dimensiona o seu pioneirismo. “Unsung Prophets & Dead Messiahs”, produzido pelo renomado Jens Bogren e eleito um dos melhores registros daquele ano, é um trabalho muito maduro e consistente, em que o grupo absorve algumas nuances do metal progressivo, do death melódico e do metal sinfônico para desenvolver a sua própria identidade.
Liderado pelo versátil Kobi Farhi (vocal), o Orphaned Land criou aqui um repertório complexo, cheio de texturas e que transita entre a agressividade e a delicadeza das suas melodias. Sem se perder em meio a tantos caminhos abertos, “Unsung Prophets & Dead Messiahs” é bastante coeso e privilegia canções quase sempre diretas, incluindo aí no meio algumas faixas mais extensas. O disco, brilhantemente imprevisível e repleto de alternâncias rítmicas, carrega a personalidade da banda do início ao final.
“The Cave”, “We Do Not Resist”, “In Propaganda”, “All Knowing Eye”, “Chain Fall to Gravity”, “Like Orpheus” (com a participação de Hansi Kursch, do Blind Guardian), “Take My Hand” e “Only the Dead Have Seen the End of War” são os grandes momentos da obra, que ainda impressiona pela sua riqueza de detalhes e pelo seu senso revolucionário, ao abordar a fé e a religião de forma tão sublime e transgressora.
“Unsung Prophets & Dead Messiahs”, por ser álbum tão incrível, deixou muitos headbangers à espera do que virá na sequência. A banda, na contramão das expectativas, passou os últimos três anos em silêncio.
