Darkthrone – Eternal Hails (Um Metal por Dia)

Darkthrone – Eternal Hails

O Darkthrone, uma das bandas mais prolíficas do blackmetal, soltou há poucos meses o seu 19º trabalho de estúdio, intitulado “Eternal Hails”

O registro, que já ganhou uma edição nacional pelo selo Mindscrape Music, mantém aquela sonoridade crua e arrastada do antecessor “Old Star” (2019), indo na contramão daquilo que há de mais extremo e caótico nos seminais “Under a Funeral Moon” (1993) e “Transilvanian Hunger” (1994).

Nocturno Culto e Fenris aproveitaram muito bem o lockdown desses tempos pandêmicos para criar cinco composições extensas, arrastadas e cheias de mudanças de ritmo, que juntas somam 42 minutos de duração. Sem a urgência dos seus primórdios, o grupo segue absorvendo referências do heavy tradicional, do doommetal, do stoner rock e do speedmetal para dar um contorno orgânico e técnico ao seu material.

Tirando o pé do acelerador para priorizar aquilo que o black metal pode ter de mais denso, o Darkthrone segue no seu propósito de se manter fiel ao underground, pouco se importando com aquilo que é ditado pelos populares Dimmu Borgir e Behemoth.

Eternail Hails”, que transita entre momentos agressivos e obscuros, até pode ser um álbum desconfortável para a maioria dos headbangers, mas acerta ao continuar dando uma nova amplitude ao gênero, agregando personalidade e maturidade àquela cena que a banda ajudou a fomentar décadas atrás. Desconstruindo os padrões sinfônicos para adotar uma linha totalmente old school, os destaques do álbum ficam por conta das faixas “His Masters Voice”, “Hate Cloak” e “Wake of The Awakened” (com uma aura genuinamente punk).

O Darkthrone conseguiu, mais uma vez, elaborar um repertório intenso, gélido e sublime, que faz do blackmetal um caminho tortuoso para ser trilhado de forma contemplativa.




Sobre o autor