Entre o baile e o terreiro, MC Tha apresenta o projeto “Meu Santo é Forte”

Com composições já gravadas por Alcione, o projeto conta com um EP de cinco faixas, um programa irreverente protagonizado pela MC

Conectando o tradicional e o contemporâneo em um mesmo tempo, MC Tha versa entre o sagrado e o profano no projeto transmídia Meu Santo é Forte, que chegou às plataformas digitais no dia 28 de junho. O EP, composto por cinco composições já entoadas pela voz de Alcione, apresenta um mergulho profundo da artista em pesquisas e vivência com as religiões afro-brasileiras, mesclando estéticas e ritmos de um jeito original, atual e genuíno por meio do funk, tambores e pontos cantados.

Ele também se desdobra no programa “Clima Quente Show”, apresentando uma experiência audiovisual protagonizada pela própria artista – e já tem data para chegar aos palcos: dia 30 de junho, no Cine Joia, em São Paulo, e 8 de julho, no Circo Voador, no Rio de Janeiro.

Eu fui arrematada por Alcione quando descobri o seu repertório de canções afro-religiosas. Em 2016, passei a frequentar um terreiro de Umbanda e me apaixonei por uma música cantada nas giras. Quando pesquisei sobre, descobri que a música era interpretada por ela e não acreditei. Até este momento, só conhecia Alcione por meio das canções de amor”, relata MC Tha. Juntamente com MahalPita, produtor musical e artista transmídia que assinou o novo trabalho, ela buscou redesenhar uma linha do tempo de volta a criação do funk mais percussivo e dos toques afros mais digitais. 

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As composições selecionadas para guiar tais propostas foram “São Jorge”, “Figa de Guiné”, “Corpo Fechado”, “Afrekete” (produzida por MU540) e “Agolonã”, lançadas originalmente entre as décadas de 70 até os anos 2000 – as três primeiras, respectivamente, ganharam na nova versão um coro especial da Comunidade Jongo Dito Ribeiro. Estas resgatam um desejo antigo de MC Tha de trazer Alcione, uma das mais notórias sambistas do país, para dentro do processo criativo como um caminho para refletir e relembrar as raízes ancestrais em um país que caminha lentamente para esta direção.

Durante a feitura do projeto, tivemos algumas observações a serem levadas em consideração, pensando na importância deste projeto no atual Brasil. Temos um aumento alarmante de casos de preconceito religioso contra terreiros, a aliança entre organizações religiosas neopentecostais atuando em algumas favelas reprimindo o povo de santo, por exemplo”, analisa a MC. 

Com uma base fundamentada no funk, o Meu Santo é Forte fortalece a mensagem da conexão entre o ritmo e os toques afro-religiosos, tocados nos candomblés, nas umbandas, morros e periferias (com ênfase ao toque Congo de Ouro, ritmo de origem angolana), que se assemelha ao vasto repertório afro presente em diversas expressões populares de resistência, como o Jongo. Essa é uma das características presentes na faixa “Rito de Passá”, que contou com a produção musical de DJ Tide, e dá nome ao seu primeiro álbum, responsável por dar projeção à carreira da  cantora e compositora.

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Com a direção de Rodrigo de Carvalho e Vitor Nunes, o programa “Clima Quente Show” recebe artistas em desenvolvimento na cena atual da música brasileira e convida MC Tha para apresentar as canções de Meu Santo é Forte. De forma fictícia e com um roteiro descontraído desenvolvido pela cantora, o trabalho visual cria uma realidade em que o tempo se mistura e deságua na possibilidade de imaginar uma Alcione da época do programa Alerta Geral – onde recebia personalidades e sambistas em plena TV aberta – nos dias atuais e uma MC Tha com a elegância e força na década de 70. A produção ainda conta com uma publicidade exclusiva da Sallve, marca nativa digital que busca conectar pessoas, ideias e conteúdos sobre um novo mercado de beleza, e também anuncia a volta das vendas do LP no álbum Rito de Passá (2019) pela NOIZE Records Club.

Entre tambores e evocações sagradas, encantos falados e pontos cantados, uma gira musical se abre em uma mistura de feitiço e arte. MC Tha recanta o balé de Afreketê ao lado de Xangô, Ogum e Exú, seguidos pela magia negra ancestral dos pretos e pretas velhas da Umbanda”, descreve David Dias, Sacerdote de Umbanda e Pai de Santo no Terreiro Aruanda, em São Paulo, mestrando em Ciência da Religião pela PUC-SP, CEO do Aruanda Studios e fundador do Movimento “Terreiro Resiste”. “Esta obra pode ser considerada ebó aos ancestrais, onde o Tempo, fio condutor entre a manifestação do passado no presente, prevê um futuro de sucessos e sorrisos os quais arduamente trabalhamos para encontrar”, finaliza. 



FICHA TÉCNICA MÚSICAS:
Direção Musical: Mahal Pita e MC Tha
Produtor Musical: Mahal Pita
Produtor Musical Convidado (faixa Afreketê): MU540
Assistente de Pós Produção: Rose Juam e Pedrowl
Guitarras, Cavaquinho e Viola: Chibatinha
Atabaques e efeitos: Alana Gabriela
Programações e Synts: Mahal Pita
Teclas: Pedro Guinu e Fabinho Scooby
Coros: Comunidade de Jongo Dito Ribeiro (Tamires, Vanessa e Bianca)
Preparação Vocal: Cor&Voz
Estúdios: Rootsans (SP) e A Lagoa Estúdios (SSA)
Afinação de Vozes: Pedrowl
Mix e Master: Guigo Berger 

FICHA TÉCNICA VÍDEO:
Direção: Rodrigo de Carvalho
Direção Criativa: Vitor Nunes
Roteiro: MC Tha
Direção de Arte: Vitor Nunes
Assistente de Direção de Arte: Guilherme Albino
Beleza e Cabelo: Pedro Simi
Direção de Fotografia: Rodrigo de Carvalho
Assistente de Fotografia: Igor Souza
Operação de Câmera: Igor Souza
Técnico de Som e Captação: Isaac Neves
Pós Produção: Rodrigo de Carvalho

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Assessoria de Imprensa:
Trovoa Comunicação

Fotos:
Rodrigo de Carvalho

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