“Axêro”, filme que revê a história de Pelotas, está em cartaz no Cine UFPEL

Curta dirigido por Maria Falkembach e protagonizado por Gessi Könzgen e Jão Cruz revê a história da cidade de Pelotas pelo olhar de personagens negras e da cultura milenar africana

Um obra que trata da força, da fé, da dor e da superação do preconceito racial no cotidiano de Pelotas. Axêro revê a história da cidade e dá lugar às personagens negras e à cultura milenar africana atualizada por seus corpos, trabalho e rituais. O filme dirigido por Maria Falkembach e protagonizado por Gessi Könzgen e Jão Cruz estreiou no dia 24 de junho no Cine UFPEL.

A realização é do grupo Tatá e do coletivo Fio da Navalha e conta com financiamento do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Procultura) de Pelotas.

Axêro nasceu de sonhos-utopia, da necessidade de comunicar com imagens o que guardamos uma vida inteira: “a dor física e psíquica produzida pelo racismo cotidiano”, declara Maria Falkembach. “Colocar uma mulher negra e um homem negro como protagonistas da história de Pelotas foi a ação que orientou o trabalho desde o princípio”, complementa. Axêro busca expor o racismo estrutural encravado na história da cidade, para contribuir com transformações e o empoderamento da juventude negra pelotense.

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Axêro – o filme é fruto de uma caminhada de séculos, sob a ótica e com o protagonismo de dois corpos negros em movimento. Gessi Könzgen e Jão Cruz performam a si mesmos e também se transmutam, e, assim, louvam antepassados, habitam e reescrevem os espaços de Pelotas, no sul do sul do Brasil. Denunciam a história glamourosa e o cotidiano dessa cidade, forjada pelo racismo e pelo trabalho escravo. O filme é uma adaptação da obra de dança-teatro, homônima.

Axêro – o filme tem textos de Gessi Könzgen, direção de Maria Falkembach, direção de fotografia de Luis Fabiano Gonçalves e trilha sonora de Álvaro Rosacosta e grupo Tatá. No elenco, estão Antônia Morales, Judith Dias de Almeida e Nattih Meirelles.

O projeto é coletivo e seu processo, colaborativo – assim como as outras obras do grupo Tatá. No caso de Axêro, se soma ao grupo, outro coletivo: o Fio da Navalha. Falkembach ressalta que, no início, a proposta era uma obra de dança-teatro; com a pandemia do coronavírus, virou filme. “A linguagem do filme foi sendo construída no processo de diálogo entre os dois coletivos, uma conversa complexa entre as artes da cena e o audiovisual. Assim como as demais obras do Tatá, Axêro é construído no “entre”, no espaço do risco e da incerteza, guiado pela confiança entre as pessoas”, explica a diretora.

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Axêro também tem como objetivo dar vez e voz às mulheres. A direção é de uma mulher e o texto, de uma mulher negra, que escreve a partir das próprias vivências e forja seu protagonismo ao longo do processo. O filme ficará disponível até o dia 01/07 no canal do grupo Tatá: https://www.youtube.com/user/grupotata

Ao longo da semana após o lançamento, haverá circulação nas escolas de Pelotas. Além da exibição do filme, haverá exibição do documentário sobre o processo de criação de Axêro. Para agendar exibição em escolas, enviar email para: [email protected]

SOBRE MARIA FALKEMBACH
Maria Fonseca Falkembach é artista do corpo, professora do Curso de Dança – Licenciatura da UFPel, em Pelotas. Doutora em Educação pela UFRGS, com doutorado sanduíche na Exeter University, e mestre em Teatro pela UDESC. É diretora e coreógrafa do grupo Tatá, com o qual montou os espetáculos Tatá Dança Simões (2011), Terra de Muitos Chegares (2013) e Quando Você me Toca (2018) e a videodança Endless – ou esqueci de lembrar (2020). Fundadora do grupo Depósito de Teatro, de Porto Alegre, em 1997, onde trabalhou por 12 anos e onde integrou o elenco de oito obras cênicas. Três dessas obras – Boca de Ouro, Auto da Compadecida, Dr. Qs Quriozas Comédias – foram ganhadoras do Prêmio Açorianos de Melhor Espetáculo. Também participou, como bailarina, em Orlando’s (Prêmio Açorianos de Melhor Espetáculo de Dança 1997) com a Cia. Terpsí-Teatro de Dança e em Das Tripas Sentimento (Prêmio Açorianos de Melhor Espetáculo de Dança 00), direção de June Maac.

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Desde 2008 sua criação artística é conduzida de modo independente, associando-se também com outros artistas. Desenvolve as pesquisas sobre dramaturgia do corpo, sobre a transcriação da literatura para o corpo e sobre a expressão do feminino. Também é diretora de cena, com alguns trabalhos na área da música, tendo dirigido o espetáculo infantil Mandinho, que integra as canção do disco homônimo de Leandro Maia, e o trabalho de teatro de animação da Cia Gente Falante. Seu mais recente trabalho foi a websérie Shirley & Deisê (2020), com 20 episódios, dirigida por Paulo Gaiger, na qual divide com Marina Oliveira os papeis de roteirista e de atriz.

SOBRE A PROTAGONISTA:
Gessi de Könzgen (Pelotas-RS, 1966). Formada em Dança – Licenciatura, na Universidade Federal de Pelotas em 2012, aos 46 anos. Sua carreira artística iniciou durante o curso de graduação, juntamente com o nascimento do grupo Tatá, em 2009. No Tatá, participou como criadora-intérprete dos espetáculos Tatá Dança Simões (2011) e Terra de Muitos Chegares (2013). No grupo, também cumpriu a função de produção executiva e oficineira. Junto ao Tatá, em 2018 iniciou o processo de criação da dramaturgia e da montagem de Axêro. Em 2021 participou do Festival Salve Arte, em Pelotas, com o solo Axêro – primeiros experimentos.

Em 2014 estreou como bonequeira, no espetáculo musical para crianças Mandinho (indicado ao Prêmio Açorianos de Música de Melhor Espetáculo), com composições de Leandro Maia e direção de Maria Falkembach. Mandinho estreou no Porto Alegre em Cena e realizou turnê no Rio Grande do Sul pelo SESC. Em 2015, também foi integrante do elenco do espetáculo de abertura da 31 Conferência Internacional de Educação Musical da International Society for Music Education (ISME). Em 2018, performou na Noite dos Tambores Poéticos, no Museu do Doce, em Pelotas, evento realizado pelo Programa de Extensão em Percussão da Ufpel.

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SOBRE OS REALIZADORES:
Tatá
O Tatá foi criado em 2009, sob coordenação da artista e professora Maria Falkembach, como um espaço de criação cênica para alunos dos cursos de Dança e Teatro da UFPEL. Suas obras anteriores marcaram a cena artística de Pelotas e região: “Tatá Dança Simões” (2010), “Terra de Muitos Chegares” (2013), e “Quando Você me Toca” (2018). Em 2020, o grupo criou seu primeiro videodança: “Endless – ou esqueci de lembrar”. Em 2022 lançou a obra “Quando Você me Toca – versão em vídeo”.

Portfólio do grupo: https://grupotata.blogspot.com/p/tata-na.html

Fio da Navalha
Luís Fabiano Soares Gonçalves é ator, diretor, roteirista, fotógrafo de cinema e fotografo profissional. É diretor geral do coletivo de arte Fio da Navalha Arte & Comunicação. No início da carreira, produziu crônicas referente a realidade da boemia pelotense. Essas crônicas, contos e narrativas foram publicadas de 2006 a 2011 no blog chamado Fio da Navalha. Uma dessas crônicas serviu como roteiro para a obra “Fio da Navalha, o Filme”, indicada ao Festival de Gramado (2014) e no Festival da Fronteira em Bagé no mesmo ano, em que atuou como ator e roteirista. Como realizador, organiza sua produção audiovisual a partir de 2013 no portal ofiodanavalha.com.

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ACESSE E SAIBA MAIS:
Axero / Instagram: https://www.instagram.com/axero.pelotas
Tatá / Facebook: https://www.facebook.com/tatadancateatro

Informações para a imprensa:
Silvia Abreu

Fotos:
Luis Fabiano Gonçalves

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