Chico Buarque chega a Porto Alegre em novembro com samba inédito e as vendas para o público geral começam nesta sexta

Single “Que tal um samba?” dá nome à nova turnê do compositor, que terá Mônica Salmaso como convidada em toda a temporada. Com onze cidades já confirmadas, a turnê tem patrocínio da ICATU e desembarca na capital gaúcha nos dias 03 e 04 de novembro, no auditório Araújo Vianna

A “Que Tal Um Samba?”, turnê de Chico Buarque, chega a Porto Alegre no dia 03 de novembro com duas sessões confirmadas. Os shows acontecem nos dias 03 e 04 de novembro, no Auditório Araújo Vianna, ambos às 21h. As vendas começam nesta quinta-feira (23), às 10h, online e exclusivamente para clientes Icatu e sexta-feira (24), às 10h, para o público geral em uhuu.com e na bilheteria do Teatro do Bourbon Country.

Foram antes os dedos no violão – antes mesmo da cabeça pensar, do peito sentir – que pareciam fazer uma proposta à cabeça e ao coração: “Que tal um samba?.

Depois de alguns anos praticamente dedicados à literatura, que resultaram no romance “Essa gente e no volume de contos “Anos de chumbo – cujo título e histórias refletem o contexto desses anos de baixo astral, pandemia, abandono e tragédia política – os dedos largaram as teclas do computador e finalmente de volta ao instrumento pareciam mesmo se rebelar e a procurar uma batida diferente, feliz, quase eufórica, uma levada ao violão como a insistir: “Que tal um samba?

PUBLICIDADE

E aí, levada de samba nos dedos, cabeça e coração voltaram a pensar e a sentir a música e a agir. E Chico Buarque, como é bem de seu feitio, começou a recordar velhos sambas, um especialmente, sucesso de Blecaute no carnaval feliz de 1949, Que samba bom“, composição de Geraldo Pereira também numa levada toda sincopada como a sua, algo eufórica, “ô, que samba bom/ô, que coisa louca/eu também tô aí/tô aí, que é que há/também tô nessa boca…”. Sambas sobre samba, o “Feitio de oração de Vadico e Noel Rosa, essa tradição e esse espírito vinham junto com a levada ao violão como a propor ao compositor enferrujado: Que tal um samba?.

E aí, da levada criada exclusivamente pelos dedos se exercitando ao violão, o coração e a cabeça fizeram brotar uma melodia espontânea, fluente, a harmonia como sempre personalíssima. A letra, depois de alguns caminhos abandonados, veio aos borbotões. Um samba novo enfim, diferente de todos os outros que já fez, mas no mesmo espírito que baixa sempre quando o compositor de “Tem mais samba“, de “Apesar de você“, de “Vai passar“, de “De volta ao samba” parece ter algo importante a notar e a dizer. Como sempre, nessas ocasiões importantes, em forma de samba.

Que tal um samba?’ é o que nos propõe agora, em junho de 2022, Chico Buarque: “Para espantar o tempo feio/Para remediar o estrago”.

PUBLICIDADE

É o novo hino que Chico nos oferece, um samba que parece, como os dedos do compositor no início de tudo, buscar um tempo melhor (“Cair no mar, lavar a alma/Tomar um banho de sal grosso, que tal?”), espantar o baixo astral (“Sair do fundo do poço/Andar de boa”), procurar um samba pela cidade para se divertir (“Ver um batuque lá no Cais do Valongo/Dançar um jongo lá na Pedra do Sal/Entrar na roda da Gamboa”, diz, referindo-se aos berços e até hoje rodas de samba importantes no Rio).

Que tal um samba?“, este samba tão ao mesmo tempo urgente e já histórico, será lançado pela Biscoito Fino nas plataformas digitais neste dia 17 de junho. E é a grande novidade da turnê pelo Brasil que o compositor inicia em setembro, por João Pessoa e, depois de percorrer Natal, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Brasília, chega ao Rio em janeiro e a São Paulo em março do ano que vem. No show, Chico terá no palco a companhia de Mônica Salmaso, a cantora dos compositores, que já gravou dois discos dedicados à sua obra (“Noites de gala, samba na rua”, em estúdio e ao vivo) e fará números solo e duetos com ele, em todas as apresentações da turnê. 

Conduzida evidentemente pela tal levada do violão de Chico, a gravação de “Que tal um samba?” foi feita no estúdio da Biscoito Fino pelo conjunto que o acompanha há muitos anos, dirigido por Luiz Claudio Ramos, que toca o outro violão, João Rebouças no piano, Jorge Helder no baixo e Jurim Moreira na bateria. A cadência vibrante do samba fez necessária uma percussão, e para isso foi convidado Thiago da Serrinha. E um bandolim, do revolucionário do instrumento Hamilton de Holanda. Ambos, Thiago e Hamilton desde a introdução acompanham a caminhada literal do samba e costuram e enfeitam a gravação de contracantos e contrapontos exuberantes. Tornam-no ainda mais feliz.

PUBLICIDADE

Como “Apesar de você” em 1970, “Que tal um samba?” é em 2022 ao mesmo tempo um samba eterno, popular, mas essencialmente histórico, político. Política aí no sentido contemporâneo: vivida nas ruas, na praia, no futebol (“Fazer um gol de bicicleta/Dar de goleada”), no amor e na arte (“Deitar na cama da amada/Despertar poeta/Achar a rima que completa o estribilho”). E, sobretudo, na incorporação das causas mais abrangentes da vida das pessoas, como o antirracismo, explícito quando o samba propõe “Fazer um filho, que tal?”: “Um filho com a pele escura/Com formosura/Bem brasileiro, que tal?/Não com dinheiro/Mas a cultura/Que tal uma beleza pura”, em versos que citam a canção Beleza pura, de Caetano Veloso

Tanto em 70, como agora, os sambas adotam uma posição evidente contra os governos de turno, e já celebram antecipadamente o seu fim (“Depois de tanta mutreta/Depois de tanta cascata/Depois de tanta derrota/Depois de tanta demência/E uma dor filha da puta, que tal?/Puxar um samba”). 

É nessa postura desabridamente política que está, a meu ver, outro fascinante segredo da gênese de Que tal um samba? e de seu encanto e importância. Sim, ele foi feito, como vimos, com os dedos, a cabeça e o coração, mas também com o inconsciente, esse “ambiente” tão importante para criação. Ele nem notou, enquanto compunha ou gravava, a identidade de seu samba novo com Eu quero um samba, música consagrada pela gravação de João Gilberto que Chico escolheu para cantar quando, depois de quase 15 anos sem fazer show, voltou a se apresentar ao vivo em 1988. Além da levada parecida no próprio violão de Chico, “Que tal um samba?” e “Eu quero um samba” são versos em cinco sílabas, redondilhas menores, e sugerem a mesma coisa, o samba para superar o tempo ruim.

PUBLICIDADE

Aí entram talvez os caprichos do inconsciente e das coincidências: a dupla Janet de Almeida e Haroldo Barbosa também lançou seu samba num mês de junho, só que de 1945. Não, como no caso de Chico, em forma de delicada proposta, “Que tal um samba?”, mas de desejo afirmativo, “Eu quero um samba”: “Porque no samba eu sei que vou/Me acabar, me virar, me espalhar/A noite inteira até o sol raiar”. 

É que em junho de 45, eufóricos enfim com a derrota do nazifascismo depois de seis anos de guerra na Europa, e com a participação do Brasil, JanetHaroldo e todo o samba brasileiro queriam e tinham mais é que já comemorar: “Vai melancolia/Eu quero alegria dentro do meu coração”, cantaria a plenos pulmões o grupo vocal Os Namorados da Lua, como a festejar a vitória do samba brasileiro sobre o fascismo e já vislumbrando a democracia brasileira que também seria estabelecida no ano seguinte.

Vivemos tempos ainda incertos, duros, pesados, e se Chico é mais cauteloso na proposta – “Que tal um samba?” – já é ousadamente eufórico no samba que compôs para os dias que correm e os que virão. Que serão ainda de luta, afinal: “De novo com a coluna ereta, que tal?/Juntar os cacos, ir à luta/Manter o rumo e a cadência/Esconjurar a ignorância, que tal/Desmantelar a força bruta”.

PUBLICIDADE

Ignorância e força bruta, talvez uma definição de fascismo, certamente do espírito que se apossou do Brasil nos últimos anos, e que agora o samba brasileiro vem esconjurar, desmantelar. Cantando e feliz, no streaming, no teatro, na rua, até o pesadelo acabar.

Hugo Sukman, junho de 2022

PATROCÍNIO: ICATU 

PUBLICIDADE

ROTEIRO DA TURNÊ 2022/2023

  • JOÃO PESSOA – Teatro Pedra do Reino – Dias 06 e 07 de setembro
  • NATAL – Teatro Riachuelo – Dias 09 e 10 de setembro
  • CURITIBA – Teatro Guaíra – Dias 23 e 24 de setembro
  • BELO HORIZONTE – Palácio das Artes – Dias 05, 06, 07 e 08 de outubro
  • FORTALEZA – Centro de Eventos do Ceará – Dias 22 e 23 de outubro
  • PORTO ALEGRE – Auditório Araújo Vianna – Dias 03 e 04 de novembro
  • SALVADOR – Concha Acústica – Dias 11, 12 e 13 de novembro
  • BRASÍLIA – local a ser anunciado – Dias 29 e 30 de novembro
  • RECIFE – Teatro Guararapes – Dias 08, 09 e 10 de dezembro
  • RIO DE JANEIRO – Vivo Rio – De 05 a 15 de janeiro (quinta a domingo)
  • SÃO PAULO – Tokio Marine Hall – De 02 a 12 de março; de 23 de março a 02 de abril (quinta a domingo)

SERVIÇO – VENDA DE INGRESSOS PARA O SHOWPORTO ALEGRE

Local: AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA – Parque Farroupilha, 685 – Farroupilha, Porto Alegre – RS, 90035-191
ESTREIA: 03 de novembro (quinta-feira)
Temporada: 03 e 04 de novembro (quinta e sexta)
Horário: 21h (abertura dos portões 2h antes do início do evento)
Abertura das vendas geral: 24 de junho (terça-feira), às 10h

PUBLICIDADE

PREÇOS
Plateia Alta Lateral (Lote 1): R$ 260,00 (inteira) / R$ 130,00 (meia) 
Plateia Baixa Lateral (Lote 1): R$ 360,00 (inteira) / R$ 180,00 (meia) 
Plateia Alta Central (Lote 1): R$ 440,00 (inteira) / R$ 220,00 (meia)
Plateia Baixa Central (Lote 1): R$ 540,00 (inteira) / R$ 270,00 (meia) 
Plateia Premium: R$ 660,00 (inteira) / R$ 330,00 (meia)

INGRESSOS EM: www.uhuu.com

PONTO DE VENDA: Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80 – 71 – Jardim Europa, Porto Alegre – RS, 91340-110). Segunda a sábado das 13 às 21h, domingos e feriados das 14 às 20h

PUBLICIDADE

DESCONTOS:

  • 50% Estudante: Lei Federal 12.933/13, Decreto Federal 8.537/15 e Medida Cautelar Provisória concedida pelo STF em 29/12/2015 – obrigatória apresentação de Carteira de Identificação Estudantil (CIE).
  • 50% Idoso: Lei Federal 10.741/2003 – obrigatória apresentação de identidade ou documento oficial com foto que comprove a sua condição.
  • 50% Jovens Pertencentes à famílias de baixa renda: Lei Federal 12.933/13 e Decreto Federal 8.537/15 – obrigatória apresentação da Carteira de Identidade Jovem que será emitida pela Secretaria Nacional de Juventude a partir de 31 de março de 2016, acompanhada de documento de identidade oficial com foto.
  • 50% Pessoas com deficiência: (e acompanhante quando necessário): Lei Federal 12.933/13 e Decreto Federal 8.537/15 – obrigatória apresentação do Cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da Pessoa com Deficiência ou de documento emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS que ateste a aposentadoria de acordo com os critérios estabelecidos na Lei Complementar no 142, de 8 de maio de 2013. No momento de apresentação, esses documentos deverão estar acompanhados de documento de identidade oficial com foto
  • 50% Jovens com até 15 ANOS: Lei Estadual n° 14.612/14 – obrigatória apresentação do documento de identidade oficial com foto.
  • 50% Doadores regulares de sangue*: Lei Estadual n° 13.891/12 – obrigatória apresentação de documento oficial válido, expedido pelos hemocentros e bancos de sangue. *São considerados doadores regulares de sangue a mulher que se submete à coleta pelo menos duas vezes ao ano, e o homem que se submete à coleta três vezes ao ano.
  • 50% Aposentados ou pensionistas do INSS: Lei Municipal n° 7.366/93 – Documento fornecido pela Federação dos Aposentados e Pensionistas do RS ou outros Associações de Classe devidamente registradas ou filiadas.
  • 50% PNE (Portadores de Necessidades Especiais) em conformidade com a Lei Municipal nº 11.519, de 18/12/2013.
  • 30%  Sócios Clube Opus Black. Limitado para os 50 primeiros sócios (por sessão). Limitado a 01 ingresso por sócio. Válido para compras na Uhuu e na bilheteria através do CPF. Maiores informações https://clubeopus.com

Assessoria de imprensa:
Cátia Tedesco – Agência Cigana

Foto:
Leo Aversa

PUBLICIDADE