Trouble – Manic Frustration (Um Metal por Dia)

O Trouble, que iniciou a sua trajetória no início da década de 80, é um nomes pioneiros do Doom Metal
O grupo norte-americano, que foi aclamado assim que os lp’s “Psalm 9” (1984) e “The Skull” (1985) chegaram às lojas via Metal Blade Records, também chamou a atenção do público e da crítica especializada quando começou a adotar um direcionamento artístico bastante peculiar, influenciado pelo rock psicodélico e pelo Stoner.
Muito mais vibrante que todos os seus antecessores, “Manic Frustration” é uma das obras mais interessantes da “outra fase” da banda. Lançado em 1992 e produzido pelo icônico Rick Rubin, o quinto trabalho de estúdio do Trouble pode até não ter alcançado boas posições nos charts dos Estados Unidos e da Europa, mas colecionou críticas extremamente positivas de publicações conceituadas, como a britânica Kerrang Magazine e a alemã Rock Hard Magazin.
Eric Wagner (vocal), Bruce Franklin e Rick Wartell (guitarras), Ron Holzner (baixo) e Barry Stern (bateria) tiveram um desempenho impecável aqui, tanto no que diz respeito à criação como à execução das 11 faixas do repertório, que juntas somam cerca de 40 minutos. Direto e pesado, “Manic Frustration” acerta em cheio ao buscar uma pegada bastante orgânica, que remete ao rock visceral dos anos 70.
Os riffs bem consistentes de Franklin e Wartell, as melodias dançantes e a performance cheia de energia de Wagner são as características que conduzem o álbum numa vibe bem alto-astral, praticamente na contramão do clima denso e melancólico do seu famoso debut. As canções “Come Touch the Sky“, “The Sleeper“, “Fear“, “Memory’s Garden” e “Manic Frustration” são os grandes momentos do registro, todas bastante intensas e com um pique surpreendente.
Apesar de ter revelado a sua insatisfação com o resultado final do disco, o Trouble comprovou o seu talento, mostrando que é possível criar um álbum de rock pesado exatamente numa linha entre o Black Sabbath e o Led Zeppelin.
“Manic Frustration” é um daqueles clássicos improváveis e totalmente fora da curva, que só ganhou a sua primeira edição nacional em 2018, através da Hellion Records.