Amorphis – Halo (Um Metal por Dia)

O Amorphis, que parecia ter chegado ao seu ápice com o sensacional “Queen of Time” (2020), conseguiu fazer do seu novo álbum um registro à altura do antecessor
“Halo”, que mais uma vez foi produzido por Jens Bogren, chegou às plataformas de streaming no início do ano, destacando a sonoridade complexa e grandiosa do sexteto finlandês. Absorvendo referências que vão do metal extremo ao metal progressivo, a banda criou aqui mais uma obra densa e cheia de camadas, que transita com muita desenvoltura entre a agressividade (com os guturais do versátil Tomi Joutsen) e os andamentos cadenciados e atmosféricos, envoltos pelo feeling característico do grupo e pelas nuances típicas do metal sinfônico e do folk metal.
Lançado somente no exterior pela gravadora Atomic Fire Records, “Halo” é mais uma prova de que o Amorphis de desprendeu dos rótulos e hoje pode ser considerado uma das bandas mais criativas e ousadas da música pesada contemporânea. com canções envolventes e muito bem lapidadas, o 15º trabalho de estúdio do grupo também conta com mudanças de ritmo surpreendentes e ganchos melódicos sofisticados.
“Northwards”, “The Moon”, “When the Gods Came”, “Seven Roads Come Together”, “War”, “Halo” e “My Name Is Night” são os principais destaques do registro, que certamente estará nas listas dos melhores álbuns de 2022. A obra, inclusive, já apareceu numa escolha preliminar da Metal Hammer, que elencou os discos de boa projeção desse primeiro trimestre. Longe de qualquer mesmice, o Amorphis tem o mérito de trazer tantas influências para perto de si, sem que isso se torne um amaranhado de recortes e colagens.
“Halo”, que chegou ao primeiro lugar das paradas finlandesas, é outro épico dentro da discografia da banda, que praticamente não cometeu deslizes do imponente “Tales from The Thousand Lakes” (1994) para cá. Para ouvir com calma e atenção aos detalhes.