

Apesar de todas as similaridades com o AC/DC, o Airbourne soube trilhar o seu próprio caminho, longe das comparações
O grupo australiano, que está em atividade desde 2003, conseguiu se estabelecer no cenário Hard Rock, conhecido por ser extremamente competitivo, com uma série de discos consistentes e de bom apelo comercial, colecionando ótimas colocações nos charts da Inglaterra, dos Estados Unidos e do seu país natal.
O terceiro trabalho de estúdio da banda, chamado “Black Dog Barking“, chegou às lojas dez anos depois, via Road Runner Records, e mostra muito bem todo o potencial de Joel O’Keeffe (vocal e guitarra), David Roads (guitarra), Justin Street (baixo) e Ryan O’keeffe (bateria).
Adotando uma sonoridade moderna e encorpada, o quarteto originário da pacata cidade de Warrnambool confirmou aqui todo o seu talento como músicos e como compositores, através de um repertório bastante direto e enérgico. Influenciado pelo Heavy Metal tradicional, “Black Dog Barking” foi muito bem-recebido pela crítica especializada, que começou a perceber que o Airbourne nunca tentou parecer como uma cópia de Angus Young & Cia.
As dez composições do álbum, todas pesadas e envolventes na medida certa, evidenciam um grupo que não tenta ditar um novo caminho para o gênero, mas que busca descomplicar a música pesada, transformando tudo diversão. Intenso do início ao final, os melhores momentos do disco ficam sob encargo das faixas “Ready to Rock“, “No One Fits Me (better than You)“, “Back in The Game“, “Firepower“, “Live It Up” (a minha favorita) e “Woman Like That”.
Mesmo que não tenha uma grande variedade rítmica, a qualidade de “Black Dog Barking” não deixa dúvidas de que a repetição das mesmas fórmulas não se trata de uma eventual preguiça, mas de uma convicção de que o Airbourne tem a sua própria identidade artística e de que a sua missão é justamente essa, fazer um hard rock despojado e alto-astral.