Samael – Hegemony (Um Metal por Dia)

Samael – Hegemony

O Samael, que está em atividade desde meados da década de 80, foi mudando a sua sonoridade ao longo do tempo

A banda, que executava um Black Metal bastante rústico lá nos seus primórdios, incorporou elementos do Groove Metal e do metal industrial até chegar ao seu 11º trabalho de estúdio. “Hegemony”, disponibilizado nos serviços de streaming em 2017, é a obra que consegue dimensionar com precisão a proposta atual do quarteto suíço.

Com uma pegada contemporânea e recheada com elementos sinfônicos/eletrônicos, o Samael deixa todo o seu experimentalismo fluir aqui, sem que isso se torne um apanhado de referências desconexas. “Hegemony”, que demorou cerca de quatro anos para ficar pronto, foi brilhantemente produzido pelo tecladista Xy (também responsável pela bateria programada do material) e mostra que o grupo não se fechou aos temas espirituais, para abordar também algumas questões políticas e sociais nas suas letras.

Muito bem-recebido pela crítica especializada, o disco foi bastante elogiado pela Metal Hammer e pela revista canadense Brave Words, que reconheceram todo o esforço do Samael em dar um outro contorno ao metal extremo atual, com melodias densas e uma abordagem instrumental bastante moderna, afastando o grupo daquela vertente obscura dos seus anos iniciais para explorar algo mais técnico, intenso e melhor lapidado, que flerta até mesmo com o metal progressivo.

Hegemony”, “Samael”, “Angel of Wrath”, “Rite of Renawal”, “Black Supremacy”, “Dictate of Transparency” e a releitura dos Beatles “Helter Skelter” são os principais destaques do álbum, que se mantém coeso do início ao final.

Apesar de se manter distante dos seminais “Worship Him” (1991) e “Ceremony of Opposites” (1994), o Samael deixa claro em “Hegemony” que não perdeu a sua essência e que soube evoluir com o tempo. Um disco revigorante para o Heavy Metal do século 21.




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