Dream Theater – A View From The Top Of The World (Um Metal por Dia)

O Dream Theater, um dos maiores expoentes do metal progressivo, soltou em 2021 o seu 15º trabalho de estúdio, intitulado “A View from The Top of The World”
A banda, que desde a chegada do baterista Mike Mangini tem buscado alguns rumos diferentes, retomou a essência da sua sonoridade aqui, sem investir tanto no peso que marcou o ótimo “A Dramatic Turn of Events” (2011) e nas baladas que fizeram o picotado “The Astonishing” (2016) um registro bem esquisito.
Com toda aquela sofisticação instrumental que é típica da banda, o quinteto norte-americano deu um toque levemente moderno ao repertório do álbum, que mais uma vez foi produzido por John Petrucci ao lado de Andy Sneap (mixagem/masterização).
Privilegiando a complexidade das suas composições mais extensas (a faixa mais curta do material tem cerca de sete minutos de duração), o Dream Theater faz de “A View from The Top of The World” um álbum que segue de maneira firme a cartilha do gênero. A técnica e o talento dos seus integrantes, as mudanças de ritmo, as camadas e as texturas criadas a partir dos riffs de guitarra e do teclado de Jordan Rudess são as características principais do registro, que tem um apelo melódico/emotivo bastante forte e que, curiosamente, não foi uma unanimidade entre a crítica especializada.
Se muitos esperavam algo ousado e surpreendente, o fato do grupo manter as suas raízes aqui é que torna “The Alien”, “Answering the Call”, “Awaken the Master” e a gigantesca faixa-título (com mais de 20 minutos) os melhores momentos do disco, que segue para o lado progressivo mais clássico, caprichando nos detalhes e na sua abordagem estética.
“A View from The Top of The World”, mesmo que não apareça em todas as listas dos melhores discos de 2021, é um registro que simboliza muito bem a representatividade do Dream Theater e, de certa forma, presta uma homenagem ao seu próprio legado.