Nuclear Assault – Game Over (Um Metal por Dia)

O Nuclear Assault, apesar de ser bastante cultuado no cenário thrash metal, nunca conseguiu se desvincular do underground norte-americano.
A banda, que iniciou a sua trajetória em 1984, teve o pioneirismo de aproximar o gênero metálico de outros estilos, como o punk e o hardcore.
O debut do grupo, chamado “Game Over” e lançado dois anos depois, mostra muito bem isso. Gravado em apenas um mês, o álbum é direto, cru e pesado, com um repertório que ajudou o moldar o crossover, direcionamento que ganharia força através do Biohazard e do Suicidal Tendencies a partir da década de seguinte.
Com uma simplicidade instrumental marcante, John Connelly (vocal e guitarra), Anthony Bramante (guitarra), Danny Lilker (baixo e recém-saído do Anthrax) e Glenn Evans (bateria) criaram aqui uma obra concisa, de pouco mais de meia hora, que extravasa uma raiva e uma velocidade rítmica louváveis.
Sem aquela diversidade de riffs que marcaria a obra do Metallica e do Testament, mais ou menos da mesma época, o Nuclear Assault acertou ao optar por um outro caminho, com mais intensidade e menos robustez.
Mesmo com algumas limitações nesse sentido, “Game Over” é um registro sincero e potente, que cumpre o que promete.
Eleito pela revista Rock Hard Magazin um dos 500 melhores discos de heavy metal de todos os tempos, o álbum tem músicas rápidas, agressivas e de muito impacto, como “Sin“, “Betrayal“, “Radiation Sickness“, “Stranded In Hell” e “Nuclear War“, todas com cerca de três minutos de duração.
A performance de Conelly ao microfone, assim como o trabalho de guitarras com aquela aura típica oitentista, são dois fatores que contribuem bastante para a representatividade que “Game Over” tem até hoje.
O disco, que não teve o mesmo sucesso comercial dos sucessores “Survive” e “Handle With Care“, é até mais importante pelo seu contexto.