Kiss – Psycho Circus (Um Metal por Dia)

Kiss – Psycho Circus

O Kiss, cuja formação original desmoronou em 1979, passou as duas décadas seguintes tentando estabilizar um novo line-up, num entra-e-sai enorme de guitarristas e de bateristas.

Após dez trabalhos de estúdio, alguns muito elogiados e outros nem tanto, a banda tentou retomar as suas raízes em 1998, com “Psycho Circus“.

Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss simplesmente engoliram a seco e suas diferenças, retornando ao estúdio e, principalmente, aos palcos, com turnês que voltaram a lotar estádios pelo mundo inteiro.

A empreitada fonográfica que marcou a reunião do quarteto original foi construída em cerca de quatro meses e carrega uma memória afetiva para muitos fãs da banda, já que foi na grandiosa tour de “Psycho Circus“, com óculos 3d e tudo mais, que o Kiss fez dois shows muito concorridos no Brasil, em 1999.

Produzido por Bruce Fairbairn, que já havia assinado discos do AC/DC, do Bon Jovi e do Aerosmith, “Psycho Circus” é uma obra pesada, que dá uma repaginada no hard rock clássico do grupo, trazendo uma sonoridade mais moderna e próxima ao heavy tradicional.

Mesmo que Criss e Frehley tenham contribuído muito pouco durante as sessões, ficando a maioria das músicas sob os cuidados do baterista Kevin Valentine e do guitarrista Tommy Thayer, era muito gratificante pegar o encarte do disco e, 20 anos depois, ver as fotos e as pinturas de Starchild, Demon, Spaceman e Catman juntas mais uma vez.

O repertório do álbum, apesar de todas as jogadas comerciais aqui envolvidas, tem lá os seus momentos de destaque, como as animadas “Psycho Circus“, “I Pledge Allegiance To The State Of Rock & Roll” e “You Wanted The Best“, única canção de toda discografia do Kiss que os seus quatro membros dividem os vocais.

Além dessas, a pesada “Within” (com Simmons à frente), a direta “Into The Void” (com Frehley no microfone) e a intensa “Raise Your Glasses” (de Paul Stanley) complementam os pontos altos do disco.

Longe de ter o status de clássico, “Psycho Circus” foi muito bem comercialmente e deu uma sobrevida ao Kiss, que não caiu no esquecimento do público nos anos 2000.





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