Alcatrazz – Born Innocent (Um Metal por Dia)

Criado em torno do vocalista Graham Bonnet, do baixista Gary Shea e do tecladista Jimmy Waldo, o Alcatrazz tem uma trajetória bastante irregular, de poucos discos e de turnês ainda mais escassas.
Se a banda pouco produziu de 1983 até hoje, é por causa dos seus line-ups antigos, com os guitarristas virtuosos Yngwie Malmsteen e Steve Vai na formação, que a banda é lembrada por nove entre dez headbangers.
Reformulado em 2019, o grupo interrompeu um hiato de exatos 36 anos com o álbum “Born Innocent“, que chegou às plataformas de streaming no final de julho.
Bonnet, Shea e Waldo – acompanhados pelo talentosíssimo guitarrista (e professor da Berklee College Of Music) Joe Stump e pelo baterista Mark Benquechea – apostaram todas as fichas nesse quarto trabalho de estúdio do Alcatrazz, que tem uma pegada bem heavy oitentista, com algumas influências do hard rock e do rock progressivo.
Com solos grandiosos, intensidade rítmica, melodias grudentas e uma performance superconsistente de Bonnet – que completará 73 anos de idade em dezembro – o grupo teve o mérito de criar um repertório diversificado, recheado de ótimo momentos e que atinge os seus principais objetivos.
Ao longo das 13 faixas de “Born Innocent“, também é legal reparar nos convidados especiais que vão abrilhantando o material, como os guitarristas Nozomu Wakai, Jeff Waters, Dario Mollo e o ex-membro Steve Vai.
Com composições curtas e certeiras, o registro certamente estará nas listas dos melhores discos do ano, muito por causa do desempenho de canções do quilate de “Polar Bear“, “Finn Mccool“, “London 1666“, “Dirty Like The City” e “Paper Flags“.
Clássico, mas sem se amarrar demais ao passado, o Alcatrazz mostrou em “Born Innocent” que criatividade não é sinônimo de ruptura, e que é possível criar um ótimo álbum dentro de uma vertente que já experimentou de tudo, desde que com muita inspiração.
Altamente recomendado!