

A expectativa em torno do Shaman, desde o anúncio da sua criação, era imensa.
A banda, formada por Andre Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori, que há pouco haviam se separado do Angra, trabalhava intensamente no seu primeiro álbum, que chegou às lojas em 2002, via Universal Music Brasil.
Mantendo a essência do seu ex-grupo intacta, o trio – acompanhado pelo guitarrista Hugo Mariutti – expandiu um pouco aquelas já batidas influências da música brasileira, agregando referências da World Music e sons originários de diversas outros povos.
Produzido pelo renomado Sascha Paeth, “Ritual” fez um sucesso tremendo, teve uma de suas músicas na trilha sonora de uma novela global e vendeu mais de 500 mil cópias, uma marca e tanto para um representante (e estreante) do metal nacional.
Muito bem construído em torno das suas dez composições, o debut do Shaman teve a coragem e a ousadia necessárias para ampliar os limites da música pesada.
Depois da longa e introdutória “Ancient Winds“, marcada pela inclusão de ritmos tribais e indígenas, “Ritual” mostra toda a a sua diversidade na sequência, ao utilizar instrumentos atípicos para o heavy metal, como tambores celta, gaita de fole, flauta barroca e peças de sopro andinas.
“Here I Am“, “Distant Thunder“, “For Tomorrow“, “Time Will Come” (a minha favorita de todo o material), “Fairy Tale” e “Pride” são alguns dos melhores momentos do disco, que não fica preso à qualquer fórmula pré-estabelecida do gênero, evidenciando assim a sua personalidade e a sua ambição de ir além das obviedades.
Complexo, potente e executado com maestria, “Ritual” é cheio de ótimas ideias e rico em detalhes. Não foi por acaso que o disco foi eleito o melhor lançamento daquele ano, não só pela crítica especializada em heavy metal , mas também por veículos de grande abrangência, como o jornal Folha de São Paulo.
Item obrigatório em qualquer headbanger que se preze.