Haken – Virus (Um Metal por Dia)

Haken – Virus

Com uma década de história, o Haken é uma dos nomes mais interessantes da nova geração do heavy metal.

O grupo britânico, diferente de todas as bandas de metalcore que despontaram recentemente na terra da rainha, é um adepto do metal progressivo, numa vertente bastante moderna.

Virus“, sexto trabalho de estúdio do sexteto inglês, chegou às plataformas de streaming no último mês de julho e mostra um Haken criativo e maduro, que acertou em cheio na escolha dos timbres de guitarra (que soam bem atuais) e na utilização de alguns elementos eletrônicos.

Com letras que fogem do óbvio e abordam temas extremamente urgentes, como relacionamentos abusivos, ansiedade e depressão, a banda tem que ter o seu valor reconhecido, por oxigenar o som pesado e aproximá-lo do público jovem, consumidor de rock e avesso ao metal oitentista.

Com um repertório bastante complexo e diversificado, mas sem nunca extrapolar no virtuosismo, o grupo fez de “Virus” uma obra verdadeiramente intensa, com melodias viscerais e com uma performance do vocalista Ross Jennings sempre no limite da emoção.

Produzido por Adam Getgood, ex-baixista do Periphery, o registro tem 11 faixas e pouco mais de 50 minutos de duração. O disco abre com a agressiva “Prosthetic” e depois segue com “Invasion“, principal destaque do material; e com “Carousel“, outra composição que intercala riffs pesados e passagens lentas e sentimentais, com naturalidade.

Menos sofisticado que um Dream Theater da vida, o Haken acertou em cheio ao criar composições que estabelecem uma ligação bastante clara entre o conteúdo lírico, às vezes desconfortável, e a sua parte instrumental.

A cadenciada “Canary Yellow” e a opus “Messiah Complex“, com 17 minutos e dividida em cinco partes, encerram “Virus” em um nível bastante elevado.

O disco certamente estará em várias listas dos melhores de 2020.





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