Sacred Reich – Heal (Um Metal por Dia)

O Sacred Reich, apesar de ser uma das bandas responsáveis por fazer o Thrash Metal quebrar as barreiras do underground, tem uma carreira bastante instável, que rendeu pouquíssimos frutos.
Em atividade desde 1985, o grupo norte-americano tem só cinco trabalhos de estúdio lançados até o momento e passou boa parte da sua trajetória acomodado, sem novidades.
“Heal“, de 1996, não só simboliza o fim da primeira fase do Sacred Reich (o próximo álbum, “Awakening“, sairia só em 2019) como também pode ser considerado um dos registros mais interessantes dos caras.
Lançado pela Metal Blade Records, o disco chegou até mesmo ao mercado brasileiro, mostrando uma banda que sabia aliar (como poucas) o Thrash, o espírito do Punk Rock e os elementos do ainda incipiente Groove Metal.
Com canções cheias enérgicas, em que a banda faz críticas contundentes à política dos Estados Unidos, ao racismo e às demais injustiças sociais, “Heal” conseguiu concentrar, em pouco mais de meia hora, algumas das melhores composições escritas pelo grupo até hoje.
Tendo como referência central os riffs da dupla Wiley Arnett e Jason Rainey (esse último falecido em março de 2020), o Sacred Reich usou toda a intensidade do seu instrumental a favor do frontman Phil Rind, que contribuiu para o resultado final do disco com uma performance vocálica bastante suja e agressiva.
“Blue Suit, Brown Shirt“, “Heal“, “Break Through“, “See Through My Eyes” e “I Don’t Care” são alguns dos principais destaques do disco, todas com uma vibe incrível. Outro bom momento do álbum é a releitura feita para “Who Do You Want To Be?“, canção original do grupo de New Wave/Ska Oingo Boingo.
Prejudicado pela sua própria falta de assiduidade, o Sacred Reich poderia estar entre os principais nomes do Thrash Metal se tivesse dado amplitude à proposta artística “Heal“, uma das das grandes (e esquecidas) obras do gênero.