Dimmu Borgir – Puritanical Euphoric Misanthropia (Um Metal por Dia)

“Puritanical Euphoric Misanthropia“, de 2001, pode ser considerado o primeiro grande trabalho de estúdio do Dimmu Borgir.
O grupo norueguês, que na época já havia conquistado o seu espaço no concorrido cenário Black Metal europeu, deu um novo patamar à sua música quando chamou – de forma até então pioneira – uma orquestra de verdade para acompanhá-lo dentro do estúdio.
Fugindo dos samplers, quase sempre muito básicos, a Gothenburg Opera Orchestra teve um papel importantíssimo para o sucesso que o álbum alcançou, no mundo todo, inclusive com boas posições nos charts da Alemanha, da Polônia e da Finlândia.
Lançado pela Nuclear Blast Records, com a produção caprichada do renomado Fredrik Nordström, “Puritanical Euphoric Misanthropia” é um disco que tenta fugir da abordagem visceralmente raivosa do gênero, indo em um sentido mais estruturado, complexo e atmosférico.
Reunindo um time talentosíssimo de instrumentistas, do vocalista Shagrath aos guitarristas Galder e Silenoz, passando ainda pelo baixista Ics Vortex e pelo baterista Nicholas Barker, o Dimmu Borgir estreava aquela que foi a sua melhor formação com um conjunto de 12 composições de bastante impacto, todas com riffs fortes e pesados.
Os elementos sinfônicos, nitidamente, agregaram um viés mais sombrio, aterrorizante e melancólico ao repertório, que é cheio de destaques. “Blessings Upon The Throne Of Tyranny“, “Kings Of The Carnival Creation“, “Architecture Of A Genocidal Nature” e “The Maelstrom Mephisto” são os melhores momentos do disco, que não exala aquele ódio típico do estilo, mas que mostra um Dimmu Borgir técnico e consciente da sua capacidade criativa.
“Puritanical Euphoric Misanthropia” é, na minha opinião, o trabalho que fez o Black Metal chegar ao mainstream não pelas suas histórias, mas pela potência da sua sonoridade.