A peça “A Mulher Arrastada” e o show com Glau Barros e Pâmela Amaro, no dia 02 de dezembro, colocam em evidência a produção negra na Capital
De 02 a 07 de dezembro, Porto Alegre será palco para a CURA – 1ª Mostra de Artes Cênicas Negras de Porto Alegre. Espetáculos de teatro, dança, música e performances interativas em plataformas de videoconferência irão apresentar um panorama diverso e plural de artistas que produzem sob as mais variadas linguagens e estéticas.
A realização é da Coordenação de Artes Cênicas da Secretaria Municipal da Cultura, com curadoria dos artistas Silvia Duarte e Thiago Pirajira.
Marcando a abertura da CURA, no dia 02 de dezembro, destacam-se a peça teatral A Mulher Arrastada, na Sala Álvaro Moreyra, às 19h, e o show musical com Pâmela Amaro, alusivo ao Dia Nacional do Samba, no Teatro Renascença, às 21h. Estes dois espetáculos da abertura serão transmitidos pelo YouTube e pelo site da mostra.
Um dos grandes sucessos do teatro brasileiro, o espetáculo “A Mulher Arrastada“, protagonizada pela premiada atriz Celina Alcântara, é uma montagem independente idealizada pelo seu autor, o dramaturgo Diones Camargo, em parceria com a encenadora Adriane Mottola, fundadora da Cia. Stravaganza, e a atriz Celina Alcântara (cofundadora do UTA – Usina do Trabalho do Ator), e que conta com renomados artistas de diversas áreas. Vencedora dos Prêmios Braskem Em Cena 2018 de Melhor Espetáculo e Melhor Atriz, esta elogiada peça-manifesto vem percorrendo importantes mostras das artes cênicas no Brasil e no Exterior.
Cláudia Silva Ferreira – mulher negra, pobre, 38 anos, mãe de quatro filhos biológicos e quatro adotivos – é brutalmente alvejada pela Polícia Militar ao sair de casa no Morro da Congonha (RJ) para comprar pão para sua família. Após, seu corpo é atirado às pressas no camburão da viatura e arrastado ainda com vida em meio ao tráfego da capital fluminense sob o olhar horrorizado de motoristas e pedestres. Entrelaçando fato verídico e ficcional, esta peça-manifesto mostra a figura trágica de Cláudia reivindicando o que durante a cobertura jornalística do caso foi aos poucos apagados: o seu nome, elemento este que foi substituído pela impessoal, violenta e cruel alcunha de “Mulher Arrastada”.
O segundo espetáculo da noite é alusivo ao Dia Nacional do Samba e destaca a cantora e compositora Pâmela Amaro e a cantora Glau Barros. A apresentação será transmitida ao vivo, em formato de live, a partir das 21h pelo canal do YouTube, direto do Teatro Renascença.
Pâmela Amaro tem se destacado pelas criações autorais que abordam o feminino, o amor, as lutas insurgentes e a ancestralidade africana. Artivista e múltipla nos talentos, ela tem trilhado sua trajetória com dedicação ao teatro, à música e à afirmação das negritudes.
Glau Barros é cantora, atriz e desenvolve uma intensa e permanente carreira profissional desde 1990 na música, no teatro e no audiovisual. Em junho de 2019 lançou, no Theatro São Pedro, o CD Brasil Quilombo, no qual interpreta sambas de compositoras e compositores gaúchos, além de releituras de consagradas canções do gênero. O álbum, que recebeu quatro indicações para o Prêmio Açorianos 2020, foi considerado pelo jornalista e crítico musical Juarez Fonseca o melhor CD de samba lançado no RS nos últimos tempos.
Neste encontro inédito entre as duas cantoras no primeiro dia da CURA, em formato de roda de samba, elas irão celebrar sambistas, compositores e compositoras, amantes desta manifestação cultural afro-brasileira tão importante no País. Glau apresentará algumas canções do álbum Brasil Quilombo e Pâmela antecipa canções do seu primeiro EP, em fase de finalização, como a canção “Veneno do Café“, entre outras.
Ambas artistas transitam entre as artes cênicas e os musicais presenteando o público com a festividade do samba por meio de suas vozes e estilos marcantes. Estarão acompanhadas dos músicos Silfarney, Alexsandra Amaral e Wagner Barcelos.
Sobre a Mostra
“A cura que pensamos tem a ver com os movimentos necessários para a evolução. Para a cura de uma ferida é necessário estancar o que consome a carne, cessar a dor e sua causa. Após, é necessário limpar, lavar e tratar com os unguentos, ervas, magias, feitiçarias: tecnologias ancestrais de cuidado e continuidade. Diante da cura o corpo fraturado se levanta e reconstitui sua dignidade no presente para a criação do futuro“, afirma o Manifesto da Mostra.
A Mostra CURA apresenta em sua primeira edição as produções de artistas da cidade e de outros territórios do Brasil, marcando a presença e a potência nas Artes Cênicas da atualidade. Produções de artistas que discutem temas ligados às questões e desejos individuais ao mesmo tempo em que tocam e aprofundam debates de ordem coletiva, como a luta antirracista, o racismo, a fabulação de futuros positivos e a celebração da vida.
Teatro, dança, performance, processos híbridos, conversas, axé, ebós, dengos, organização, festa: tudo está posto ao mesmo tempo. As produções da Mostra CURA propõem pensar as contra colonizações cênicas e apontam modos futuros para os processos de criação. Um tempo pautado pelas experiências negras.
FICHA TÉCNICA DA MOSTRA CURA:
Direção geral e curadoria: Silvia Duarte e Thiago Pirajira
Produção: Ju Barros e Túlio Quevedo
Assessoria de Imprensa: Silvia Abreu Consultoria Integrada de Marketing
Mídias e redes sociais: Daniele Rodrigues
Design gráfico: Aline Gonçalves
Audiovisual: Macumba Lab.
Registro Fotográfico: Josemar Afrovulto
Realização: Coordenação de Artes Cênicas da Secretaria Municipal da Cultura – Prefeitura de Porto Alegre
SERVIÇO:
Data: 02 de dezembro, quarta-feira
Hora: 19h – “A Mulher Arrastada”, com Celina Alcântara.
Duração: 50 minutos. Classificação: 12 anos
Hora: 21h – Samba com Glau Barros e Pâmela Amaro, em comemoração ao Dia Nacional do Samba.
Duração: 45 minutos. Classificação: Livre
Transmissão pelo YouTube e pelo Site:
https://mostracura.com.br/
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A Mostra Cura é uma realização da Coordenação de Artes Cênicas da Secretaria Municipal da Cultura – Prefeitura de Porto Alegre.